Na sexta-feira (18), os preços do açúcar despencaram no mercado internacional influenciados por fatores macroeconômicos e de fundamentos. No vencimento outubro/15, a commodity foi negociada a 10,96 centavos de dólar por libra-peso, uma queda de 48 pontos no comparativo com a véspera. Na tela março/16, a retração chegou a 52 pontos e no lote maio/16, a 50 pontos.
Em Londres, os preços caíram 11,30 dólares no vencimento outubro/15, com negócios firmados em US$ 343,40 a tonelada. Desvalorização também nos outros vencimentos. De março/16 a agosto/16, o preço oscilou negativamente de 10,60 a 9,70 dólares.
Segundo a análise do jornal Valor Econômico de hoje (21), a alta do dólar sobre o real pressionou os preços, mas a forte queda foi consequência, principalmente, da definição de meta de exportação de açúcar do governo da Índia.
Fonte: (Valor)
O volume de exportação, de acordo com o governo indiano, seria de 4 milhões de toneladas obrigatórias para diminuir os estoques excedentes que já superam os 10 milhões de toneladas. Essa medida impactou o mercado porque o país é o maior consumidor de açúcar no mundo e costuma importar o produto, não exportar.
Para o Diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa, “muito embora esse volume de exportação obrigatória represente pouco mais de 8% do total de açúcar negociado no mercado internacional, o impacto num mercado que carece de boas notícias oriundas do seu principal exportador, o Brasil, que apresenta a segunda taxa de câmbio mais baixa da história de sua moeda, só poderia ter esse desfecho trágico”.
Ele disse ainda que “não importa para onde se olhe, se para o mercado interno de combustíveis que sustenta preços e acirra a arbitragem com o açúcar; se para o mercado de açúcar que deve apresentar déficit mundial; se para a desvalorização do real que aumenta os custos de importação da gasolina e favorece o etanol; o fato é que o pêndulo do mercado está mais propenso para preços mais construtivos para as usinas.”
Mercado doméstico
Já no mercado interno, os preços do açúcar seguiram valorizados. Segundo índices do Cepea/Esalq, da USP, os negócios foram firmados em R$ 51,85 a saca de 50 quilos do tipo cristal, alta de 0,90%.
Fonte: (Valor)