Preços do açúcar atingem maior patamar em 7 anos

Os firmes preços do petróleo e as compras de fundos deram suporte aos preços do açúcar no mercado internacional. Ontem, as cotações futuras do produto atingiram a maior alta dos últimos sete anos.

Os contratos de açúcar para março fecharam ontem a 11,07 centavos de dólar por libra-peso, em Nova York, com aumento de 45 pontos, em relação ao pregão anterior – a maior alta desde fevereiro de 1998. . Os contratos de outubro encerraram o dia a 10,92 centavos, com alta de 52 pontos, na comparação com o dia anterior. Estes contratos de outubro atingiram a maior cotação desde outubro de 2000.

Segundo analistas de mercado, os preços estão firmes sustentados pela alta dos preços do petróleo. As usinas brasileiras – maiores processadoras mundiais de cana – estão desviando parte de sua produção para o álcool, o que ajuda a sustentar os preços.

A ameaça da União Européia em exportar seu excedente de 1,9 milhão de toneladas de açúcar no mercado internacional não preocupa tanto os analistas internacionais. Michael McDougall, vice-presidente para América Latina da Fimat Futures, disse que essa ameaça já está sendo absorvida pelo mercado.

A UE ameaça vender até 7 milhões de toneladas de açúcar branco no mercado internacional. Analistas acreditam que a UE faz a ameaça como forma de pressionar a prorrogação das implementações da decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) no processo do açúcar. O bloco europeu foi condenado este ano por conta da sua política de subsídios ao açúcar.

A UE quer fazer as implementações a partir de janeiro de 2007, mas o

Brasil, Austrália e Tailândia querem que implementação seja rápida.

Ontem, o governo brasileiro apresentou no Órgão de Soluções de Controvérsias sua preocupação com as ameaças da UE.

No dia 28 de outubro, a OMC dará seu parecer final de como e quando essas implementações deverão ser feitas.