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Preços derrubam vendas de álcool

Com o álcool em alta nas bombas, muitos motoristas estão optando pela gasolina, o que está derrubando as vendas do etanol. Em fevereiro, o volume comercializado do álcool hidratado ficou em 760,13 milhões de litros, cerca de 28,29% menos que o registrado em janeiro, cerca de 1,06 bilhão, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Atualmente, para valer a pena abastecer com álcool, valor do litro não deve ultrapassar R$ 1,77. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press – 7/7/08 No Recife, segundo levantamento de preços da agência, o etanol vem se mantendo entre R$ 1,78 e R$ 2,09, desde fevereiro.

Considerando que o álcool deve custar até 70% do preço da gasolina (que está nas bombas por R$ 2,54, em média), para que a opção seja vantajosa, o combustível não deve custar mais que R$ 1,77. O mercado estima que o valor comece a baixar a partir da segunda quinzena deste mês.

No atual cenário de preços, o álcool só está competitivo em relação à gasolina nos o estados do Mato Grosso e Goiás. “O preço do álcool continua muito alto e está aumentando o consumo da gasolina. Tanto quea Petrobras precisou mudar a sua programação para ofertar mais combustível no mercado”, destaca Frederico Aguiar, presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE).

Ao todo, as vendas de etanol totalizaram 1,23 bilhão de litros em fevereiro, sendo 1,21 bilhão para o mercado doméstico e apenas 18,19 milhões à exportação. Deste volume destinado ao consumo interno, o álcool hidratado representou 760,13 milhões de litros. O restante corresponde ao do tipo anidro.

Nem mesmo a redução do percentual máximo da mistura obrigatória de anidro à gasolina, de 25% para 20%, foi suficiente para aumentar a oferta do produto no mercado e reduzir os preços. A medida entrou em vigor em 1º de fevereiro e seguirá por 90 dias. “Serviu apenas para evitar um desabastecimento”, afirma Aguiar.

Chuvas (especialmente na Região Sudeste), escassez de crédito por causa da crise e migração do processamento da cana para o açúcar (em alta no mercado internacional) são algumas das razões para a safra 2009/2010 ficar cerca de 6% menor.

Renato Cunha, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindacúçar-PE), estima uma queda de preços a partir da segunda quinzena deste mês. “No Centro-Sul, que detém 89% da produção, algumas usinas começaram a moer agora. O Nordeste também está em plena safra, porque houve atraso em algumas usinas, que iniciaram a produção em outubro, em vez de agosto. Neste ano, a moagem só vai terminar em março”, afirma Cunha.

De acordo com ele, o álcool já baixou de preço nas usinas. “O etanol já está sendo vendido por preços 20% menores que 40 dias atrás. As distribuidoras é que não estão repassando essa redução de preço”, afirma ele. Já Frederico Aguiar estima que “os preços do álcool ficarão acessíveis dentro de dois meses. É o tempo necessário para que se normalize o mercado no Sudeste e o excedente chegue no Nordeste”. (Mirella Falcão)

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