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Preços da gasolina levam americanos a produzir biodiesel em casa

Um número crescente de americanos está criando minirrefinarias caseiras para produzir biodiesel, um combustível feito de óleo de cozinha usado que é mais limpo e mais barato que a gasolina vendida nos postos, cujo alto custo tem causado um temor generalizado nos Estados Unidos.

O biodiesel tem muitos defensores entre as celebridades de Hollywood, como os atores Julia Roberts e Morgan Freeman e o astro da música country Willie Nelson, e também conta com o apoio da direita americana, que fez da campanha contra a importação de petróleo um mantra.

“É melhor para o motor, muito melhor para o meio ambiente, é mais barato, mas depende de em quanto você estima o seu trabalho”, disse Dan Goodman, um empreendedor residente na Escola de Negócios da Universidade de Maryland, que dirige um Mercedes movido a biodiesel.

Segundo Goodman, há duas formas de se entrar na onda do biodiesel. Ou se muda o motor e coloca óleo descartado, o que não seria estritamente legal nos Estados Unidos, ou se modifica o combustível para biodiesel, o que é legal e funciona em qualquer carro movido a diesel.

As usinas de biodiesel são uma indústria em ascensão no país, mas milhares de pessoas produzem o combustível no fundo de quintal, usando óleo utilizado em suas cozinhas ou obtendo-o em restaurantes e fábricas de comida.

“É fácil quando se sabe como fazer”, disse Goodman, embora tenha alertado que o processo “pode ser nocivo”, já que envolve o uso de produtos inflamáveis e vapores cáusticos que requerem que o local de produção seja bem ventilado.

“Você filtra o óleo de fritura descartado para remover o glicerol, a parte mais pegajosa, e depois o substitui por uma molécula de álcool (metanol) e detergente (soda cáustica)”, afirmou.

Goodman produz cerca de 300 galões (1.135 litros) de biodiesel por dia em uma fazenda de Maryland, para onde seu ajudante, Matt Geiger, leva duas vezes por semana enormes latas de gasolina com o precioso “sebo amarelo” que ele recolhe de restaurantes nas cidades de Olney e College Park.

O combustível caseiro mantém 15 ônibus escolares funcionando na região, disse Goodman.

A maioria dos entusiastas do biodiesel se organizou em cooperativas para produzir o biocombustível a partir do óleo de soja, no lugar do óleo de fritura usado. Os grupos têm aumentado ao longo dos últimos anos, mas eles ainda representam uma minúscula parte do setor energético americano.

Segundo o Comitê Nacional sobre Biodiesel, a produção do combustível triplicou desde 2004 para 75 milhões de galões (280 milhões de litros) no ano passado. Este ano, espera-se que dobre para 150 milhões de galões (56 milhões de litros).

Em comparação, o consumo nos Estados Unidos do diesel comum extraído do petróleo bruto é de 60 bilhões de galões (227 bilhões de litros) por ano.

Mas para crescer, o biodiesel ainda conta com o apoio da lenda da música country Willie Nelson.

O compositor de 73 anos lançou sua própria marca do combustível, apelidada de “BioWillie” e acredita fortemente que o biodiesel é o futuro.

Nelson e o ator Morgan Freeman integram o conselho de uma companhia chamada Earth Biofuels (Biocombustíveis Terra), que indicou Julia Roberts para ajudar a promover o uso do combustível feito com óleo de cozinha.

“A idéia é fazer algo de útil para acabar com a dependência americana do petróleo estrangeiro. Os consumidores agora podem se assegurar de que o dinheiro que gastam com combustível fica na América ao invés de ir para fora do país”, escreveu Nelson em seu site na Internet.

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