JornalCana

Preços da gasolina e do álcool já empatam

Abastecer o carro com álcool ou com gasolina no Recife não faz diferença para o bolso do consumidor. Até ontem, segundo a pesquisa semanal da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o litro do álcool era de, em média, R$ 1,865 na capital. Apenas um centésimo de centavo abaixo do limite que determina se encher o tanque de etanol é mais vantajoso. A gasolina sai por R$ 2,663 e o álcool tem que custar, no máximo, 70% desse valor.

É um cenário incomum no Recife. Normalmente, a safra de cana-de-açúcar em Pernambuco está a todo vapor em janeiro. Com isso, o mercado interno de etanol fica abastecido e experimenta preços mais baixos. No entanto, a quebra na produção local, aume nto na demanda e período de entressafra no Centro-Sul do País são algumas das razões para a perda de competitividade.

Segundo o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), a safra deste ano encolherá cerca de 8% ante a 2009/2010. O principal motivo foi climático. Faltou chuva na Mata Norte.

Até 15 de dezembro, foram fabricados 197 milhões de litros de etanol no Estado. Volume que atendeu o mercado interno e parte do Nordeste (especialmente o Ceará). Quase nada para o mercado externo. Na safra anterior, a produção de etanol atingiu 388 milhões de litros. Uma diferença de cerca de 191 milhões litros, há dois meses do fim do período de pico de fabricação E a tendência de acordo com o Sindaçúcar é que o ritmo diminua já a partir de janeiro.

Mas não foi a quebra na safra o único motivo da redução no volume de etanol. Com o preço no mercado internacional de açúcar bastante atrativo, a commodity ganhou mais atenção das empresas pernambucanas. Para piorar, a frota de veículos só aumenta no Estado – 22,4% em 2010, segundo balanço anual da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores. E a maioria é equipada com tecnologia flex, aumentando a demanda por álcool. Como reflexo, já no começo deste mês, o litro ficou R$ 0,04 mais caro para o revendedor. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindicombustíveis-PE), Frederico Aguiar, explicou que, como os empresários não estão lucrando com a venda de etanol, o jeito é repassar para o consumidor.

Em situações como essa, a saída para baratear é comprar mais do Centro-Sul do País. Só que o preço desse álcool esteve em alta até o final do ano passado, pois as regiões estão em entressafra. O abastecimento tem sido garantido por um estoque formado pelas empresas – que terminou sendo maior em 2010 –, comentou o representante da União da Indústria de Cana-de-açúcar em Ribeirão Preto (SP), Sérgio Prado.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram