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Preços agrícolas seguirão em alta e voláteis

Os preços agrícolas continuarão em alta e muito voláteis nos próximos dez anos, advertiu José Graziano da Silva, diretor geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), que recomenda que os países formem suas reservas de produtos alimentares básicos.

“Para garantir a segurança alimentar e enfrentar a alta de preços, cada país deveria formar reservas que cubram as necessidades de entre uma semana e um mês”, afirmou o diretor brasileiro em entrevista ao jornal francês Le Monde.

Apesar do contexto difícil, Graziano considera que a situação é “totalmente diferente” da de 2007-08.

Entre os fatores essenciais de estabilidade, o diretor da FAO destaca a manutenção dos preços do arroz e o volume das reservas.

“Dois terços das pessoas que a FAO acredita que estão em situação de insegurança alimentar vivem na Ásia e dependem do arroz para sua alimentação”, explicou.

Ao mesmo tempo, Graziano considera que a coordenação entre os principais países afetados melhorou consideravelmente com a AMIS (aplicação do sistema de informação dos mercados agrícolas), que tenta aumentar a transparência no funcionamento dos mercados.

Também lembrou que os países analisam atualmente a oportunidade de convocar o fórum de reação rápida.

“A primeira convocação deste fórum não deveria ser interpretada como um sinal de nervosismo, e sim como a vontade de garantir uma melhor coordenação”, completou.

Nesta segunda-feira (27), a França, que preside o Fórum de Reação Rápida, nascido do G20, os Estados Unidos, que assumirão o comando em 2 de outubro, e o México, que preside o G20 atualmente, realizaram uma teleconferência.

Ao comentar o papel dos biocombustíveis no aumento dos preços, José Graziano da Silva afirmou que é necessário parar de utilizar o “milho ou as oleaginosas para produzir biocombustíveis”.

Para o diretor da FAO, as políticas favoráveis aos biocombustíveis não são um erro porque “elas serão necessárias no futuro”, mas deveriam ser “biocombustíveis de segunda ou terceira geração, que não sejam baseados nos cereais nem compitam com os cultivos alimentares”.

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