Preço tem alta de 12% nas usinas

Os aumentos recentes do etanol nas bombas têm origem nas usinas produtoras do combustível. Pesquisa semanal do Centro de Pesquisas Aplicadas em Agronegócios (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), mostra que os preços do litro do etanol hidratado (que abastece os carros flex) vendido nas usinas paulistas passou de R$ 0,7426, em 26 de junho, para R$ 0,8316, em 27 de agosto, uma alta de 11,98%.

Miriam Bacchi, pesquisadora do Cepea, atribui a alta dos preços a um movimento sazonal.

— Já estamos na segunda metade da safra, e a alta é comum nesse período. Aliás, não se pode chamar de alta, mas de recuperação, porque o preço havia caído em alguns casos abaixo dos custos de produção — diz Miriam.

O ano de 2009, afirma a pesquisadora, foi atípico, porque os preços despencaram durante a maior parte da safra e, no final, o excesso de chuva afetou a moagem da cana das usinas, prejudicando a oferta num momento de demanda muito aquecida. O resultado foi uma disparada de preços que eliminou a competitividade do etanol em relação à gasolina em todo o país. Aos estados que carregam a mão no ICMS e inviabilizam o etanol aos consumidores, a pesquisadora tem uma sugestão.

— Uma revisão da política tributária seria adequada em estados que cobram alíquotas muito altas de ICMS. O etanol é um produto mais adequado ambiental e socialmente que os combustíveis fósseis.