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Preço pago ao agricultor subiu 3,4% neste mês

Os preços agrícolas contribuíram mais uma vez para a alta da inflação. Levantamento feito pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo indica que os agricultores receberam em média 3,44% mais na primeira quadrissemana de abril. Os valores medidos pelo IEA estão, porém, 2,42 pontos percentuais abaixo do apurado no mês de março, mas indicam uma tendência de alta, situação que deverá permanecer pelos próximos, informa o coordenador da pesquisa, Nelson Martin.

O grupo de produtos que mais vem contribuindo para a aceleração da inflação neste ano, ganhou um novo ingrediente: o feijão, cujos preços permaneceram estáveis e até em queda nos últimos meses, e agora retomou um ciclo de forte alta. Em março, o preço do feijão caiu 5,52%, mas na primeira quadrissemana de abril, os produtores receberam 22,67% pelo mesmo produto. Os reajustes estão sendo motivados pela segunda frustração de safra consecutiva.

Na safra anterior, que foi plantada em dezembro e colhida em fevereiro, a produção foi 13% menor do que o esperado. Já na safra atual, plantada em fevereiro e que será colhida em maio, a quebra é de 5%, o que antecipa o início de um período de escassez, que deverá manter o produto caro por um longo período.

O coordenador da pesquisa do IEA também não vê possibilidade de recuo dos preços do café. Martin acredita que o setor ingressou em um ciclo de alta que deverá perdurar por pelo menos cinco anos. Será o tempo que os países produtores concorrentes levarão para ampliar suas lavouras e ampliar a oferta no mercado internacional. Neste ano, a produção mundial será de 108 milhões de sacas, entre 7 e 8 milhões de sacas a menos que o consumo global. A oferta no próximo ano agrícola será semelhante, o que deverá levar à redução dos estoques para níveis bastante baixos.

Outros produtos que deverá pressionar os índice da inflação são soja, milho, trigo, laranja e cana-de-açúcar. Em contrapartida, os alimentos que integram o grupo carnes deverão atuar no sentido inverso, com queda nos preços até meados do ano, quando se inicia a entressafra da pecuária de corte.

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