Mercado

Preço menor não chega na bomba

O preço do litro do álcool hidratado nas usinas sucroalcooleiras de Mato Grosso vendido em abril por R$ 0,80 foi reduzido para R$ 0,67 na semana passada. Apesar disso, a queda de 16,25% no preço entregue pelos produtores ainda não chegou às bombas dos postos de combustíveis da Grande Cuiabá, que continuam a comercializar o produto entre R$ 1,65 e R$ 1,67 o litro. O presidente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), Piero Parini, frisa que, caso ocorram novas reduções, os usineiros terão prejuízos nesta safra antes mesmo de se recuperarem dos efeitos ocorridos no ano passado, quando o produto chegou a ser vendido pelas usinas a R$ 0,31 o litro. Segundo o Sindalcool, o preço ideal para conferir sustentabilidade financeira ao segmento é de R$ 0,85 a R$ 0,90 o litro.

Parini afirma que as reduções no preço são comuns neste período, quando a safra industrial no ciclo de produção da cana-de-açúcar se inicia e há um excedente na oferta do produto. A produção industrial se estende entre os meses de março a novembro. “Vamos ver quanto tempo isso demora para refletir na bomba. Se é que isso vai acontecer”.

Contudo, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo), afirma que os preços do álcool hidratado já sofreram uma redução de 7,4% desde o início de março, passando do pico registrado à época de R$ 1,78 para o atual valor de R$ 1,67 o litro. O sindicato alega em nome dos empresários do segmento que o preço acompanha as reduções verificadas na distribuição. Segundo o Sindipetróleo, os postos pagavam R$ 1,48 há dois meses pelo litro do produto e agora o adquirem a R$ 1,30, o que permitiu a diferença na bomba.

O Sindipetróleo também destaca que na maioria dos 180 postos de combustíveis de Cuiabá e Várzea Grande as alterações no preço do álcool hidratado poderão achatar a margem de lucro dos empresários. Isso porque, segundo a entidade, a média de comercialização é de 300 a 400 litros de álcool hidratado em cada posto por dia, quantidade considerada pequena para suprir os custos operacionais. Conforme os cálculos do sindicato, o lucro com cada litro de álcool hidratado vendido na bomba está na faixa de R$ 0,29, gerando um faturamento bruto diário de R$ 200. “Apenas com um frentista para atender nessa bomba o posto gasta em média R$ 1,5 mil, somando o salário e encargos sociais”, alega o presidente do Sindipetróleo, Fernando Chaparro.

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