Mercado

Preço do etanol despenca

O preço do álcool combustível caiu em Goiânia. Durante o último período de valores elevados, pela falta do produto no mercado devido à safra do ano passado e às exportações, o etanol chegou a custar R$ 1,79 na Capital no mês de janeiro. Agora, o combustível pode ser encontrado a diferentes preços. Dentro da cidade, o menor valor registrado foi de R$ 1,33 e o maior R$ 1,57, diferença de R$ 0,24 por litro. A queda desde o início do ano chega a 25,6%.

Nas imediações do Bairro Rodoviário, Avenida Pio XII, a reportagem do Diário da Manhã registrou o preço de R$ 1,33 para o álcool. A quantidade de postos na região gera mais concorrência, incentivando a disputa acirrada de preços. Para o gerente de pista do local, Rogério Dias, este é um dos fatores para as reduções do valor: em três dias houve redução de R$ 0,06 no custo do produto, que estava a R$ 1,39. Segundo ele, outro fator seria a migração de consumidores de álcool para gasolina, o que teria forçado uma redução de preço. “Creio que deve baixar ainda mais”, afirma. Já a gasolina é comercializada no posto há uma semana sem alteração nos valores, R$ 2,41.

O contador Célio Dias, 50, comemora o momento e aguarda reduções maiores. “Somos produtores de álcool, o custo deveria ser bem menor, sim”, comenta. Ele diz ter percebido a diferença no preço e já encontrou o combustível por até R$ 1,30, mas prefere economizar menos sem comprometer a qualidade do produto e desempenho do veículo. Célio foi um dos consumidores que, após a alta do etanol, passou a optar pela gasolina. “Não compensava mais abastecer a álcool”, diz. Ele verificou queda no custo do produto e voltou a usar o combustível, pagando R$ 1,33.

Já a dona de casa Janice Rodrigues, 66, estava em Goiânia apenas a passeio. Ela abastece apenas com gasolina e também percebeu a mudança nos preços no combustível, comparada à cidade em que mora (Rio Verde). Segundo ela, lá a gasolina custa R$ 2,68, enquanto na Capital ela abastecia por R$ 2,40 em média. Uma variação de R$ 0,28.

De acordo com os gerentes dos postos visitados, as variações acontecem devido à administração de cada posto. Quem está vendendo o combustível mais barato não perde lucros, apenas adota uma política de vendas que estabelece o determinado preço. “Vai do gerente e das promoções que ele deseja fazer”, diz Divino Martins, gerente do posto Assis, no Setor Oeste. No local, o etanol custa R$ 1,57, há cerca de dois meses. Mesmo durante o período de grandes elevações, o posto se manteve neste preço por estar em processo de mudança de proprietário e para não perder clientes. “A tendência agora é baixar mais”, afirma. Ele ainda não sabe informar de quanto será a redução. O consumidor ganha por ter a opção de escolher o menor preço. Até recentemente, quase todos os postos praticavam os mesmos preços.

VARIAÇÃO

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo de Goiás (Sindiposto), Leandro Lisboa Novato, acredita que sempre haverá preços diferenciados de combustíveis nos postos. Os empresários estão sempre atentos à movimentação do mercado, que é livre. Segundo ele, em entrevista a veículos de comunicação, esta liberdade favorece o prevalecimento da concorrência, uma vez que todos buscam conquistar o cliente.

A expectativa é que o preço do etanol diminua mais no atacado e que a alteração tenha reflexo no varejo. A maior oferta do produto, com a entrada da safra da cana-de-açúcar, contribui para que as reduções venham. Já para a gasolina, a estabilidade é esperada.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), não há qualquer tipo de tabelamento, valores máximos e mínimos, nem necessidade de autorização prévia para reajustes de preços dos combustíveis em qualquer etapa da comercialização de combustíveis no País. A liberdade de preços em toda a cadeia de produção, distribuição e revenda de combustíveis e derivados de petróleo, é regida conforme a Lei n.º 9.478/1997, que vigora desde janeiro de 2002.

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