Mercado

Preço do álcool supera teto fixado pelo governo

Os preços do álcool pagos a usinas superou ontem o nível acertado entre o setor e o governo em janeiro, de R$ 1,05 por litro (tanto o anidro quanto o hidratado). Em São Paulo, o litro do hidratado chegou a ser negociado a R$ 1,28 (com impostos, ou R$ 1,08 livre de impostos). Segundo analistas do setor, há demanda nas usinas pelo álcool hidratado (direto como combustível) a R$ 1,30 o litro.

Nos postos de gasolina, o preço médio do álcool hidratado no país subiu 0,46%, entre 5 e 11 de fevereiro, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), para R$ 1,743 por litro.

Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), os contratos de março, abril e maio ficaram inalterados, sob influência do mercado físico e da decisão do governo de segurar preços. O contrato para março (de maior liquidez) ficou cotado em R$ 1.195 por metro cúbico (mil litros). “A tendência é de que os preços subam, impulsionados pela alta do açúcar no mercado externo”, avalia Cassiana Gatti Vicari, analista da Ágora Sênior.

Cálculo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) indica que o preço médio do açúcar na semana passada remunerou 44% mais que o álcool anidro e 38% mais que o hidratado. O valor do álcool anidro que seria equivalente ao praticado para o açúcar foi estimado em R$ 1,50744 por litro (sem impostos) e o hidratado, em R$ 1,42781. No mesmo período, o hidratado remunerou 4% mais que o anidro.

Além da alta do açúcar no mercado externo – ontem o contrato com entrega para maio subiu 6 pontos na bolsa de Nova York, para 17,91 por libra-peso -, a entressafra no Centro-Sul tem ajudado a sustentar os preços. Analistas observaram que os estoques de álcool estão reduzidos e a oferta está concentrada nas mãos de poucos vendedores.

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