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Preço do álcool sobe em plena colheita

Os preços do álcool – que no cálculo do IPC/Fipe caía 13% até a terceira quadrissemana de junho, ajudando a inflação na cidade de São Paulo a recuar 0,15% – se recuperaram na semana passada e deverão seguir em alta nos próximos dias, mesmo em plena colheita da safra 2005/06 da cana-de-açúcar.

Segundo analistas, a alta nos preços do petróleo e derivados, o aumento das exportações de álcool e açúcar e chuvas em regiões produtivas paulista fizeram os preços do anidro (usado na mistura com a gasolina) subirem 15,9% em junho, para a média de R$ 800 por milhão de litros, segundo a Job Economia e Planejamento. Na semana passada, o ganho acumulado foi de 9,6%.

Julio Maria Martins Borges, da Job, diz que as cotações já haviam começado a se recuperar na segunda semana de junho e prevê novas valorizações nos próximos dias. “A expectativa é de oferta ajustada com a demanda, que constitui um fator fundamentalmente altista”.

Mirian Bacchi, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), disse que, além dos fatores já citados, contribuiu para a alta a confirmação, com a colheita, das previsões da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), de aumento de 4,9% da safra 2005/06 de cana, para 345 milhões de toneladas no Centro-Sul, e aumento da quantidade de ATR (total de açúcar na cana) de 7%, quando a previsão inicial era 10%.

De acordo com o Cepea, o litro do álcool anidro vendido em São Paulo fechou a semana passada a R$ 0,75278 em média, em alta de 7,97% sobre a semana anterior. O álcool hidratado carburante subiu 9,42%, para R$ 0,65463 por litro.

Paulo Roberto de Souza, diretor comercial da Copersucar, engrossa o coro de que há espaço para novas altas no mercado interno. Ele observa que, por lei, o preço do álcool pode equivaler a até 70% do preço da gasolina e hoje esse índice é de 46%. “É lógico que as usinas não vão aumentar os preços por conta dessa diferença, mas o fato é que a demanda cresce e há espaço para corrigir preços”, afirma Souza.

A Conab prevê alta de 15,2% na produção de álcool em 2005/06, para 17,45 bilhões de litros. Os embarques, para a consultoria Datagro, devem atingir 2,3 bilhões de litros, ante 2,6 bilhões em 2004/05. De janeiro a maio, o volume exportado cresceu 33% sobre igual período de 2004, para 877,83 milhões de litros. A receita subiu 64%, para US$ 247,6 milhões, segundo dados da Secex.

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