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Preço do álcool sobe 5,5% em SP em uma semana

O preço do álcool hidratado subiu 5,5% na última semana em São Paulo, segundo a pesquisa semanal de preços dos combustíveis da Agência Nacional do Petróleo (ANP), divulgada ontem. Desde o início de dezembro, o produto já acumula alta de 10% nos postos do Estado, reflexo da redução de estoques provocada pela entressafra no plantio de cana-de-açúcar. Segundo a ANP, o preço médio do álcool em São Paulo foi de R$ 1,321 por litro na última semana.

Na média nacional, a alta foi menor: 2,6% na semana passada e 4% no acumulado das quatro últimas semanas. De acordo com a pesquisa da ANP, o preço médio do álcool no País ficou em R$ 1,546 por litro na semana passada. O levantamento apontou estabilidade de preços em todos os outros combustíveis pesquisados: gasolina (R$ 2,525/litro), diesel (R$ 1,858/litro), gás natural veicular (R$ 1,259/metro cúbico) e gás de cozinha (R$ 33,02/botijão).

Segundo especialistas, a diferença entre os repasses para o mercado paulista e para o resto do País deve-se a dois fatores. Primeiro, a proximidade com as usinas produtoras faz com que os estoques de postos e distribuidoras de São Paulo sejam renovados mais rapidamente. Ou seja, o álcool a preços novos chega mais rápido aos postos paulistas. Em outros Estados, os novos preços demoram mais a chegar.

Em segundo lugar, o governo de São Paulo pôs em vigor, no início do mês, novas medidas para tentar coibir o mercado informal de álcool combustível. A partir de agora, todas as notas fiscais do produto devem receber um número de controle da Secretaria de Fazenda, reduzindo o espaço para sonegação.

Isso faz com que o preço do álcool no Estado reflita melhor a carga tributária estadual, que está próxima dos R$ 0,28 por litro, diz o vice-presidente executivo do Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz.

O executivo não acredita, porém, que o mercado vá enfrentar, este ano, uma crise semelhante à que motivou intervenção do governo federal no ano passado. No ano passado, havia o receio de faltar álcool no final da entressafra. Este ano, isso não existe.

ESTABILIDADE

Depois de uma nova rodada de reajuste dos preços do álcool anidro e do hidratado na semana passada, o diretor do Departamento de Açúcar e Álcool da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, aposta em estabilidade no curto prazo. As cotações não vão subir muito mais do que isso.

Cobrado pelo presidente Lula, o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, pediu aos técnicos que acompanhem de perto a situação do mercado interno de álcool. Além da checagem diária de preços, os técnicos têm conversado, por telefone, com representantes dos cerca de 380 produtores de álcool no País.

Antes de sair de férias, o presidente foi avisado pelo ministro de que os preços poderiam voltar a subir. O presidente Lula sabia que as cotações poderiam subir mais um pouco, disse Bressan. Apesar do aumento dos preços, o diretor ressaltou que não há crise no setor.

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