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Preço do álcool segue alto até março

Responsáveis por 92% da produção de etanol, empresários do Centro-Sul adiaram a colheita de 50 toneladas de cana por causa das chuvas

O preço do álcool aumentou na bomba e vários fatores contribuíram para isso, incluindo as chuvas que caíram no Centro-Sul, o preço do açúcar em alta no mercado internacional e a falta de um estoque regulador, entre outros. Em alguns postos, ontem o produto foi vendido a R$ 2,09 para o consumidor final, quando há 15 dias era comercializado por R$ 1,89.

As chuvas do ano passado provocaram o atraso no processo industrial e fizeram com que algumas empresas do Centro-Sul deixassem cerca de 50 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para ser colhida na próxima safra, segundo informações do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar). O Centro-Sul é responsável por 92% do álcool produzido no País, enquanto o Nordeste responde por! 8% da fabricação desse combustível.

No Centro-Sul, as chuvas provocaram o atraso na produção do combustível e também diminuíram a produtividade obtida com a cana-de-açúcar. A atividade precisa de períodos alternados de sol e chuva para apresentar uma melhor produtividadee água na planta diminui a quantidade de açúcar, usado para fazer o álcool. Isso fez com que o rendimento industrial da planta saísse de 135 a 140 Açúcares Totais Recuperáveis (ATRs) para 120 ATRs nas empresas do Centro-Sul.

O preço do açúcar também está mais alto esta época do que o praticado há um ano devido aos problemas climáticos que ocorreram na Índia, que também é um grande produtor. Ocorreu uma diminuição da safra naquele país, elevando o preço internacionalmente.

Nas Bolsas, o preço do açúcar para março próximo está, em média, 15% mais alto do que o preço do produto a ser comercializado em outubro deste ano devido aos problemas climáticos que ocorreram, principalmente, na Índia e no Centro-Sul do Brasil. As chuvas que caíram no Centro-Sul foram as maiores dos últimos 30 anos.

“O produtor aumentou o preço e não há uma política para a manutenção de um estoque regulador”, afirmou ontem o presidente do sindicato dos revendedores de combustíveis e derivados de petróleo (Sindicombustíveis), José Afonso Nóbrega. Ele argumentou também que não há investimentos para formar um estoque regulador.

Geralmente, os estoques reguladores são formados pelo governo com a finalidade de que o consumidor não sinta uma oscilação tão grande no preço, quando ocorre algum problema na sua produção.

Vale a pena abastecer o veículo com álcool, quando o preço do produto equivale a 70% do que é cobrado pelo litro da gasolina, o que não está mais ocorrendo na maioria dos postos do Recife. Mesmo com o preço em alta, o uso do álcool reduz os gases que contribuem para o efeito estufa.

EXPECTATIVA

“Na segunda quinzena de março, o preço do álcool deverá diminuir porque 160 usinas das 400 existentes no Centro-Sul vão começar a operar”, explicou o presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha. No Brasil, 55% de todo o ATR vão para a produção de álcool e 44% são transformados em açúcar.

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