Mercado

Preço do álcool hidratado cai apenas R$ 0,02 em SP

Levantamento feito pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), em 150 postos do Estado, mostra que o preço médio do álcool hidratado caiu apenas R$ 0,02 nas duas últimas semanas.

De acordo com o levantamento do Sincopetro, na semana entre 25 e 29 de abril, os postos estavam pagando R$ 1,85 no litro de etanol. Entre 03 e 09 de maio, o preço médio recuou para R$ 1,83. Já o preço médio de venda dos postos caiu cinco centavos, de R$ 2,15 para R$ 2,10.

Na avaliação do presidente do Sincopetro, José Alberto Paiva Gouveia, a pequena queda ocorre por conta dos estoques de etanol que estão encalhados nos postos e, principalmente, nas distribuidora s, que dificilmente vão vendê-los com prejuízo.

“Por isso, posso dizer que é mais uma mentira do ministro dizer que os preços vão cair a partir do dia 9. Podem até cair, mas ele não tem peito para isso, porque teria de tabelar os preços”, ironizou o presidente do Sincopetro. Na opinião do sindicalista, os preços devem cair num patamar que compense para o consumidor a partir da segunda quinzena de maio.

Única. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única) não quis comentar as declarações do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, sobre supostos cartéis de preços praticados por postos de combustíveis, mas explicou que reajustes e quedas dos preços estão atrelados aos movimentos de mercado.

De acordo com Sérgio Prado, encarregado do escritório da Única em Ribeirão Preto, o País deixou de produzir 5 bilhões de litros de etanol por conta das condições climáticas entre 2009 e 2010 e, por isso, houve falta do produto no começo deste ano e os preços subiram.

“Mas, agora, os preços estão caindo porque houve entrada de etanol da nova safra no mercado”, disse.

De acordo com Prado, o excesso de chuva no período e a seca reduziram a produtividade dos canaviais no ano passado e atrasaram o início da moagem em 2011 em um mês. Além disso, as indústrias enfrentam problema de estruturação por conta da crise de 2008.

Segundo Prado, o mix de produção das usinas em 2010 foi de 45% de açúcar e 55% de álcool, mas, mesmo que a produção de açúcar fosse menor – em 39,5%, a mesma porcentagem de 2008 -, a oferta de etanol seria aumentada em 3 bilhões de litros, o que não seria suficiente para resolver todo o problema do aumento do consumo no começo deste ano, ocasionado, principalmente, pelo aumento da frota de carros flex.

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