Preço do álcool hidratado cai abaixo de R$ 1 nas usinas
Queda das cotações é mais acelerada nas usinas do que nos postos de combustíveis. O descompasso entre os preços do álcool combustível na usina começa a se acentuar. Na usinas da região Centro-Sul, a queda ontem já alcançava 10% em relação ao início da semana passada, segundo o vice-presidente da União das Destilarias do Oeste Paulista (Udop), Fernando Perri. Caso essa estimativa se confirme, os preços negociados entre distribuidoras de combustíveis e as usinas, ontem, já eram inferiores a R$ 1,00 o litro, antes do recolhimento dos impostos. Mas nas bombas, o preço médio nacional do etanol caiu apenas 0,75% no período, para R$ 1,985, segundo a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Em São Paulo, onde está concentrada a produção de álcool, o preço no varejo caiu um pouco mais: 0,85%, para R$ 1,732 o litro, segundo a ANP, o que corresponde a 70,1% do preço médio local da gasolina. Nesta proporção, o preço se aproxima da paridade com o preço da gasolina, o que significa que, do ponto de vista econômico, abastecer o veículo com álcool proporciona um rendimento semelhante ao da gasolina. Mas está muito distante do custo do produto nas zonas produtoras.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto de Paiva Gouveia, diz que os preços não caem mais na bomba porque as distribuidoras não repassam a redução dos preços para o varejo. Representantes das distribuidoras justificam que seus estoques estão elevados e foram adquiridos por preços mais elevados, conforme explicação do vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alisio Mendes Vaz. Para Perri, está faltando um maior exercício da concorrência. “A queda do preço na usina é significativa e, desde já, deve beneficiar o consumidor”, afirmou.
