Preço do álcool cai 20% na região
Depois de atingir o pico de R$ 1,99, a nova safra de cana-de-açúcar somada à perda de clientes, por causa dos elevados custos, derrubaram o preço do álcool combustível nos postos do Grande ABC. De acordo com a ANP (Agência Nacional de Petróleo), o litro do álcool pode ser achado na região por R$ 1,29. Esse preço mínimo é 20,93% inferior ao menor valor do produto encontrado na 1ªsemana de abril, quando as bombas fixavam o valor em R$ 1,56 o litro. Segundo a ANP, o preço médio do álcool nas setecidades oscila do mínimo de R$ 1,59 (em Diadema) ao máximo de R$ 1,71 (em São Bernardo). Mas esses dados ainda não levam em conta a remarcação mais violenta do combustível, feita nas últimas semanas. Ou seja, o recuo na bomba está sendo mais rápido que a velocidade de captação de preços da ANP.
De acordo com o IPC-Imes (Índice de Preços ao Consumidor da Universidade Municipal de São Caetano), a variação do combustível em abril foi de -0,93%. Para o economista responsável pelo indicador, Lúcio Flávio Dantas, essa queda se acentuará nesta 1ªquinzena para depois se estabilizar por volta do fim de maio e começo de junho. O Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABC) tem a mesma visão. “A tendência do álcool é estacionar numa média de R$ 1,70 e R$ 1,60. Já baixou o que tinha de baixar”, diz o assessor da entidade, Roberto Rodrigues.
Causa – Para o coordenador do IPC-Imes, Lúcio Dantas, um fator essencial derrubou os preços nas últimas semanas. “O preço chegou a um ponto máximo, ao ápice do que o consumidor estava disposto a pagar. Por mais que haja a dependência do combustível, percebe-se que há uma diminuição da compra quando o preço excede a capacidade de pagar”, explica.
Quanto à nova safra de cana-de-açúcar, a Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo) já esperava pelo recuo nas bombas. “O preço que a gente vê nos postos é irreal para o mercado”, diz o diretor técnico da entidade, Antônio de Pádua Rodrigues.
Segundo ele, alguns postos ainda não puderam remarcar os preços por um motivo. “Ainda tem muito estoque adquirido das distribuidoras a um preço elevado.” Os postos que apresentam os valores mais baixos são os que já puderam renovar os preços para baixo devido à alta rotatividade e fim dos estoques velhos.
Bomba – O Posto Retorno, na avenida Rudge Ramos, ainda não conseguiu se livrar do álcool caro e tem de vender o litro a R$ 1,89. De acordo com o gerente Carlos Alberto Leitão esse preço é temporário. “A gente ainda não sentiu a queda porque o nosso estoque ainda está alto. Temos ainda muito combustível que compramos por R$ 1,62. Agora, na distribuidora, passou para R$ 1,22. Então é só acabar esse que abaixamos o preço”, explica. “Vamos dar uma verificada na terça (hoje) na quantidade. Esperamos que acabe para que já na quarta (amanhã), a gente repasse a queda. Daí acho que vamos poder vender o litro a R$ 1,49.
São Bernardo, aliás, lidera com o maior preço médio da região: R$ 1,731 o litro na semana de 23 a 29 de abril. Por outro lado, Diadema foi a cidade que apresentou o menor preço médio de álcool na semana passada, de acordo com a ANP: R$ 1,596.
No posto Valdecar, em Diadema, a diferença é grande. “A gente baixou o preço hoje para R$ 1,48. Antes estava por volta de R$ 1,80”, conta o encarregado Wandenkolk da Silva Santos. “Outros postos já tinham baixado na semana passada, mas agora o preço vai cair em todos o preço.”
