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Preço da gasolina não cai com redução de etanol

Se começasse a vigorar hoje, a redução na mistura de etanol na gasolina, prevista para 1.º de outubro, poderia representar um aumento mínimo, em torno de 2%, no preço do combustível para o consumidor, e não queda, como seria o raciocínio mais lógico. O aumento ocorreria em três Estados – São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul – que aplicam cálculo diferenciado na cobrança do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS).

A estimativa, feita pela Federação Nacional dos Revendedores de Combustíveis (Fecombustíveis) aponta que nos demais Estados um possível aumento chegaria, no máximo, a 0,4%.

Os cálculos foram feitos considerando apenas a redução de 25% para 20% da mistura de álcool. Nenhum outro fator, como uma possível alteração na cobrança da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) ou mesmo no valor cobrado pela gasolina na refinaria da Petrobrás, foi levado em conta.

O presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda, sustenta que a possibilidade de alta ocorre porque a maior parte dos impostos incide sobre a gasolina A, ainda sem a mistura de anidro em sua composição.

Assim, o aumento da proporção da gasolina de 75% para 80% levaria a uma elevação do preço.

“Hoje, o valor da gasolina sem impostos é de R$ 1,05 por litro na refinaria e o do etanol, nas usinas, é de R$ 1,42. Isso dá a falsa impressão de que com a redução na mistura de anidro, haveria uma redução do preço final do produto”, destacou.

Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, o governo “mostrou que não entende nada de combustíveis ao autorizar a mistura”. “É uma medida populista que prejudica os investimentos no pré-sal, à medida em que obriga a Petrobrás a importar mais gasolina para atender o mercado interno. Será que vale à pena sangrar a Petrobrás desta maneira na tentativa de conter a inflação?”, indagou.

Cálculos feitos pelo CBIE apontam que a estatal teria de importar 550 mil barris por mês para suprir a substituição de etanol por gasolina. A estimativa considera que para substituir 5% de etanol anidro, seriam necessários 3,5% de gasolina, por causa da rentabilidade diferenciada dos dois combustíveis.

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