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Preço baixo leva Cosan a suspender atuação na co-geração de energia

A Cosan, maior grupo sucroalcooleiro do País, suspendeu os planos de investir na co-geração de energia a partir da queima do bagaço da cana. A afirmação é do vice-presidente-geral da companhia, Pedro Mizutani. Segundo ele, os preços atualmente pagos pela energia de biomassa não compensam o investimento.

No último leilão de energia nova realizado pelo governo, em outubro, a Cosan vendeu a eletricidade gerada pela unidade Bonfim, planta adquirida da Açucareira Corona no primeiro semestre. O investimento em equipamentos de geração de energia que permitissem a co-geração (venda do excedente de eletricidade) só foi possível porque era necessário fazer uma ampliação nesse sistema para atender à demanda da própria usina.

“Já no caso de nossas unidades Costa Pinto e Rafard, que receberam investimento especialmente para co-gerar, os preços da energia não tornam o negócio viável”, disse o executivo ao DCI. Como não há mais usinas do grupo a terem a área de geração de energia ampliada, a Cosan decidiu ficar fora do mercado de eletricidade, pelo menos por enquanto.

Para o leilão de outubro, havia a expectativa de que o preço do kilowatt/hora (kw/h) pago pela energia de biomassa fosse melhor do que nos dois leilões anteriores. No entanto, o valor recebido pela Cosan foi de R$ 140,91, considerado baixo. A pouca atratividade fez com que apenas quatro usinas vendessem sua oferta de energia no leilão, mas há 230 usinas sucroalcooleiras aptas a co-gerar eletricidade, segundo a Associação Paulista de Co-geração de Energia (Cogen).

Para o vice-presidente da Cosan, o preço que incentivaria novos investimentos é de R$ 180. “A biomassa é a única fonte de energia disponível imediatamente para suprir a demanda do País. O setor de açúcar e álcool tem capacidade para gerar eletricidade equivalente a 60% de uma Itaipu”, afirma Mizutani.

Exatamente por isso, o panorama para a bioeletricidade é positivo, avalia o vice-presidente executivo da Cogen, Carlos Roberto Silvestrin. Ele prevê que em 2007 apenas as usinas movidas a bagaço de cana e algumas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) terão energia para ofertar nos leilões do governo, o que vai aumentar o custo marginal de operação do sistema elétrico e conseqüentemente elevar o preço pago para essas fontes. Segundo ele, 70% das usinas que estão sendo construídas no País já estão recebendo investimentos para permitir a co-geração.

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