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Preço alto das commodities pode gerar bolha especulativa

Milho, 13% mais caro este ano. Açúcar e café, mais de 20%. Algodão, com alta de 63%. As commodities, ou matérias-primas, estão virando mercadoria de muito valor.

“O Brasil acaba se beneficiando deste cenário mundial onde a China lidera o crescimento. O Brasil é um exportador líquido de commodities e, na verdade, esse processo da China crescendo faz com que o preço do que a gente produz e exporta sejam valorizados”, diz Juan Jensen, sócio da Tendências Consultoria.

Nos últimos 18 meses, os produtos que o Brasil vendeu para o exterior ficaram quase 40% mais caros, puxados pelas matérias-primas. Com essa valorização, as commodities foram virando opção de investimento para muita gente no mercado financeiro. Investidores estão procurando a bolsa e comprando commodities para vender daqui a alguns meses, por um preço maior. Pelo menos, eles acreditam que o preço vai ser maior.

“É uma forma de você tentar, em grande medida, participar do crescimento e antecipar este movimento. É isso que o mercado financeiro vem fazendo”, afirma o economista André Perfeito, da Gradual Investimentos.

Ao apostar na alta das commodities e fazer grandes compras, os investidores acabam forçando ainda mais os preços pra cima. É a chamada especulação. O preço alto das matérias-primas pode indicar a formação de uma bolha, segundo o economista Fabio Silveira. “Hoje, o preço das commodities no mercado internacional está muito acima de sua média histórica em função, entre outros motivos, da intensificação de movimentos especulativos”, afirma o sócio-diretor da RC Consultores.

Por essa tese, o preço inflado das commodities forma uma bolha. Ela pode estourar, por exemplo, se a crise das dívidas na Europa piorar, se a China crescer menos ou se a economia nos Estados Unidos continuar patinando.

Os investidores, assustados, poderiam tirar o dinheiro das commodities. O preço despencaria.

Isso teria um efeito desastroso para o Brasil, já que metade das nossas exportações é de matérias-primas. Mas, há cinco meses, os preços estão subindo.

“A gente está passando por um bom problema. O problema que a gente está vendo em relação ao preço da commodity tem que ser observado, observado com atenção, mas é reflexo dessa situação especial: de um mundo emergente que cresce e o real fica mais forte por causa disso”, explica Perfeito.

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