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PR entra na pesquisa do “plástico de cana”

Matéria-prima poderá ser usada na fabricação de milhares de produtos, de canudos a para-choques. Primeiros resultados são esperados para daqui a cinco anos

Publicado em 15/12/2009 | Fernando Jasper

A subsidiária brasileira da Novo­zymes, instalada em Araucária (região metropolitana de Curitiba), abriu duas novas linhas de pesquisa para o desenvolvimento de subprodutos da cana-de-açúcar. Uma delas tentará viabilizar a produção em larga escala do polipropileno de cana, apelidado de “plástico verde”. A outra envolve a transformação do bagaço da cana em biogás.

Os projetos foram anunciados ontem à tarde, durante a 15.ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-15), em Copenhague, onde fica a sede mundial da companhia. “Num único dia, anunciamos para o mundo duas pesquisas que vão colocar o Brasil na rota da alta tecnologia ambiental”, disse, por telefone, o presidente da Novozymes Latin America, Pedro Luiz Fer! nandes, que participa da cúpula do clima.

A pesquisa do plástico verde será feita em parceria com a petroquímica Braskem, a maior da América Latina, que já fabrica o produto em caráter experimental. Segunda resina termoplástica mais usada no mundo, o polipropileno é matéria-prima de milhares de produtos, de canudos para bebidas até para-choques de automóveis, e hoje é obtido principalmente do petróleo.

“Braskem e Novozymes vão desenvolver uma alternativa verde baseada na tecnologia de fermentação da Novozymes e na expertise da Braskem em processos químicos e termoplásticos”, informaram as empresas, em comunicado conjunto. Na nota, o presidente da Novozymes, Steen Riisgaard, afirmou que a parceria “é um movimento para uma bioeconomia verde, na qual a cana-de-açúcar será o novo petróleo”. Os primeiros resultados da pesquisa são esperados para daqui a cinco anos, no mínimo.

No desenvolvimento do biogás, a multinacional dinamarquesa terá a companhia da Cetrel, uma controlada da Braskem especializada em reaproveitamento de resíduos industriais. O objetivo é permitir que, com o uso de enzimas, usinas sucroalcooleiras convertam bagaço em biogás – que, por sua vez, pode gerar energia elétrica.

Em outra linha de pesquisa, a Novozymes trabalha desde 2008 no desenvolvimento de enzimas para “quebrar” a celulose do bagaço e, com ela, produzir o chamado etanol de segunda geração. Os estudos do etanol celulósico – que têm a participação do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), da Universi­dade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade de Lund, na Suécia – devem ser concluídos no primeiro semestre de 2010. Mas, no caso do biogás, o projeto ainda está em estágio inicial. “A previsão é que, com seu sucesso, a tecnologia poderá ser comercialmente viável a partir dos próximos anos”, afirmou a Cetrel, em nota.

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