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Postos tentam barrar reajuste do gás veicular em Pernambuco

O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE) vai tentar derrubar na Justiça o reajuste no preço do gás natural, homologado ontem pela Agência de Regulação do Estado (Arpe). O aumento médio aprovado foi de 6,35% e começa a vigorar a partir do dia 1º de novembro, mas o índice será diferenciado para cada segmento.

No caso do gás natural veicular (GNV), o reajuste será de 6,67%, o que vai significar um acréscimo de R$ 0,10 no preço do metro cúbico na bomba (hoje fixado em R$ 1,859). O sindicato argumenta que a queda no preço do barril de petróleo – um dos balizadores do preço do gás – deveria puxar o índice para baixo.

Até o final desta semana, o Sindicombustíveis vai dar entrada num pedido de liminar na Justiça Federal contra o aumento de 8,81% repassado pela Petrobras à Companhia Pernambucana de Gás Natural (Copergás), que resultou na alta de 6,35% no Estado.

“Estamos solicitando a suspensão desse aumento e uma explicação do porquê desse índice tão alto, uma vez que o preço do barril do petróleo caiu de uma média de US$ 147 (julho) para US$ 70 (na semana passada) e o valor da unidade energética do gás (o BTU) também está em queda”, observa o presidente do Sindicombustíveis, José Afonso Nóbrega. Na avaliação do sindicato, o reajuste do gás deveria ser negativo em 10%.

O presidente da Copergás, Aldo Guedes, explica que o cálculo da Petrobras é feito levando em consideração o preço do barril retroativo a 60 dias da data do reajuste. “O índice foi calculado tomando como base o barril de agosto/setembro, por isso a revisão ainda será positiva”, esclarece. “Talvez o reajuste de janeiro, que vai levar em consideração a cotação do barril de outubro/novembro possa trazer alguma redução. Mas é preciso lembrar que o dólar também está em alta e a cesta de óleos é dolarizada”, frisa.

Nóbrega diz que se a Justiça não suspender o reajuste, os postos de combustíveis vão repassar os custos aos consumidores. “Não temos como absorver esse aumento. Desde que as elevações começaram a ser trimestrais, as vendas de GNV já despencaram entre 20% e 30%”, calcula. O presidente do Sindicombustíveis diz que para garantir a rentabilidade, um posto precisa comercializar cerca de 100 mil m³ de gás por dia, enquanto em vários estabelecimentos atualmente essa média não está ultrapassando 30 mil m³/dia.

Ao longo deste ano, o preço do GNV passou de R$ 1,599 para R$ 1,859 e com esse quarto reajuste poderá chegar a R$ 1,959. “Com mais essa alta, o programa do gás vai acabar”, acredita Nóbrega, lembrando que o preço do litro do álcool está na casa de R$ 1,69, com tendência de queda em função da safra.

Na avaliação do presidente da Arpe, Ranílson Ramos, o aumento do gás natural é um golpe na competitividade do setor. “Não temos como mudar essa situação porque o aumento é repassado pela Petrobras para a Copergás. Tivemos o cuidado de homologar apenas o índice referente à commodity (sem levar em consideração outras tarifas), mas precisamos homologar”, justifica.

Acumulado

O reajuste que passa a vigorar no primeiro dia de novembro também vale para os demais segmentos que utilizam o gás natural, a exemplo do residencial (3,16%), comercial (5,21%), industrial (6,23%), cogeração (7,40%), gás natural comprimido (7,41%) e GNV (6,67%).

Ao longo de 2008, Pernambuco acumula quatro reajustes no preço do gás natural, totalizando uma alta de 28,96%. Os aumentos aconteceram nos meses de janeiro (9,77%), abril (3,83%), junho (4,46%) , agosto (4,55%) e novembro (6,35%).

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