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Portugal deixará de produzir açúcar da beterraba

A indústria portuguesa DAI (Sociedade de Desenvolvimento Agro-Industrial) deixará de usar beterraba como matéria-prima para a produção de açúcar. Depois de 11 anos, a empresa passará a ser apenas refinadora de cana-de-açúcar, seguindo as orientações da Organização Comum de Mercado (OCM) do setor.

A DAI é a única indústria de Portugal a produzir açúcar de beterraba e absorve a quota nacional do produto. O fim da produção está previsto para o próximo verão naquele país, em meados de 2008.

A decisão faz parte do processo de reforma do setor açucareiro da União Européia, iniciado em 2005. As adequações do mercado do açúcar, definidas pelos ministros da agricultura da UE, têm o objetivo de melhorar a competitividade do setor na Europa e no mercado externo.

Porém, de acordo com a Anprobe (Associação Nacional dos Produtores de Beterraba), o plano apresentado “é vazio, é abandono por abandono”. A entidade afirma que o fim da cultura da beterraba vai significar “perdas de biodiversidade, de produção nacional e de inúmeros postos de trabalho”.

“O potencial na produção de biocombustíveis é imenso, sobretudo se considerarmos que não interfere diretamente na cadeia alimentar e que prepararia a fileira rumo aos inevitáveis biocombustíveis de segunda geração”, disse a Anprobe, em comunicado à imprensa.

DAI

A fábrica da DAI, em Coruche, no centro-sul de Portugal, começou a ser construida em 1994 e entrou em operação em 1997, após investimento de € 80 milhões. A unidade ocupa uma área total de 750 mil m² e tem capacidade para transformar 600 mil toneladas de beterraba sacarina por ano.

A beterraba sacarina (Beta vulgaris L) é uma planta da família das quenopodácias. A matéria-prima para a obtenção do açúcar é retirada da raíz.

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