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Portugal anuncia parceria com o Paraná para ampliar produção de biocombustível

Com investimentos de R$ 3,4 milhões já feitos no Programa de Bioenergia do Paraná, o governo do Estado vai ampliar a troca de experiências entre investidores, governos e instituições de pesquisa paranaenses e européias para a produção de combustíveis renováveis. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (20) pelo vice-governador Orlando Pessuti durante o I Encontro Luso-Brasileiro de Negócios em Biocombustíveis no Paraná, realizado em Curitiba.

“O governo estadual luta para a implantação de uma política energética baseada na energia limpa e de recursos renováveis”, afirmou Pessuti. “Ao lado da iniciativa privada, cooperativas, sindicatos, centros de pesquisa e universidades, o Paraná se tornou exemplo da prova que a substituição de áreas até então degradadas ou de pastagens podem ser utilizadas para a produção de culturas voltadas aos biocombustíveis. Tudo sem a perda de áreas territoriais ou de produção de alimentos”, acrescentou.

Segundo o embaixador de Portugal no Brasil, Seixas da Costa, estão surgindo novas e promissoras oportunidades de negócios entre o Brasil e Portugal. “O Brasil assumiu um papel de liderança mundial no consumo, produção e pesquisa no setor de biocombustíveis. A cooperação entre o Brasil e a União Européia trará benefícios mútuos que passam por causas ambientais até ao desenvolvimento sustentável”.

Ainda de acordo com o diplomata, Portugal vai assumir a presidência da União Européia (UE) de julho a dezembro deste ano e o Brasil receberá o título de “sétimo país parceiro privilegiado da União Européia”, posição que renderá aos brasileiros novos negócios com a Europa.

Ações – Durante a abertura do encontro luso-brasileiro, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Valter Bianchini, mostrou as potencialidades paranaenses aos empresários e autoridades governamentais de Portugal. “Nossa safra neste ano será de 30 milhões de toneladas de grãos, sendo 25 milhões em soja e milho. O Paraná apresenta um sistema consolidado em infra-estrutura de rodovias, ferrovias e portos, preparados para receber investimentos”. Segundo o secretário, até 2010, o Brasil irá produzir dois bilhões de litros de biodiesel e o Paraná terá grande contribuição nessa conquista.

A importância econômica e social do programa de biocombustíveis no Estado, disse ainda Bianchini, passa pelo desenvolvimento das pesquisas com plantas oleaginosas realizadas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), à inserção do agricultor familiar nesse projeto.

De acordo com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), está em fase final de testes o desenvolvimento de uma planta-modelo de produção de biodiesel em Curitiba.

O Tecpar está promovendo estudos voltados para a implantação, principalmente nos municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano, de mini-usinas para atendimento aos pequenos agricultores. O objetivo é fazer com que o pequeno produtor rural produza o seu próprio biodiesel, com suporte científico e tecnológico do governo estadual.

Negócios – Segundo o secretário estadual da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho, o Paraná quer ser a porta de entrada para novas parcerias entre Portugal e o Brasil. “Intercâmbios tecnológicos podem ser realizados, uma vez que nosso estado reúne todas as condições técnicas, econômicas e ambientais para sediar empreendimentos para a produção do biodiesel”, destacou.

No campo do comércio exterior, o Paraná e Portugal já apresentam fortes laços econômicos. As exportações paranaenses para o país lusitano tiveram alta de 127% em maio último, na comparação com o mesmo período de 2006. Já as importações do Paraná de Portugal cresceram 244% no mesmo período. No comparativo dos meses de janeiro a maio de 2007, o Paraná já exportou US$ 44 milhões, uma alta de 70% sobre o ano passado. Nas importações, o Paraná comprou no período US$ 8 milhões em produtos portugueses, elevação de 92%.

Para o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira de Portugal, António Espírito Santo Bustorff, a questão dos biocombustíveis é de fundamental importância enquanto a metade das reservas mundiais de petróleo atuais se encontra em áreas de conflito.

“A longevidade e a otimização do petróleo são preocupações em todos os continentes”, afirmou. Segundo ele, no ano passado, o mundo todo investiu US$ 55 bilhões em pesquisa para a energia limpa. “Em 2016 serão US$ 226 bilhões e existem previsões que a América Latina será responsável por 78% da produção mundial de biocombustíveis”, previu.

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