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Porto de Santos terá cobertura para embarque de açúcar e soja

Um telhado de 21 mil metros quadrados, suficiente para cobrir três campos de futebol com dimensões oficiais, vai proteger da chuva graneleiros de açúcar e de soja que aportarem no porto de Santos a partir da safra de 2013.

O projeto da Rumo -empresa de logística do grupo Cosan, maior produtor de açúcar do mundo- custará R$ 65 milhões, cobrirá um berço de atracação e mudará o ritmo de embarque de grãos e, principalmente, de açúcar.

Por ano, a operadora portuária perde, em média, 110 dias para o carregamento de navios por causa da chuva. Durante intempéries, o carregamento de açúcar ou de grãos nos navios tem de ser suspenso porque a umidade compromete o produto.

Sem essa limitação, o fluxo de transporte -da usina de açúcar ao porão do navio- se dará em outra cadência.

Segundo Julio Fontana, presidente da Rumo Logística, hoje em Santos a empresa é capaz de movimentar 11 milhões de toneladas por ano. Sem paralisações, a capacidade operacional do terminal vai a 16 milhões de toneladas, isso sem trocar qualquer equipamento existente.

Não só o volume de carga aumenta, mas a conta financeira fica melhor. Quanto? A Rumo não revela. “Não vou dizer isso para o meu concorrente”, diz Fontana.

Logística para commodity requer capital intensivo, e o custo é diluído com a movimentação em grande escala.

Quanto mais carga passar por dentro dos armazéns, terminais ou comboios ferroviários, menor será o custo. A cobertura no terminal santista resolve essa equação e, de quebra, pode reduzir os custos de frete pagos pelas empresas que geram as cargas.

PLANO

A primeira etapa da cobertura deve ficar pronta em novembro, quando o ritmo da safra é menor. A ideia, diz Fontana, é cobrir também o segundo berço de atracação.

O projeto de cobertura do cais faz parte de um pacote de investimentos de R$ 1,4 bilhão da Rumo, que inclui a compra de 50 locomotivas e 729 vagões e a montagem de armazéns de açúcar no interior de São Paulo.

Integra ainda a duplicação do trecho ferroviário de 180 quilômetros entre Campinas e Santos, obra da ALL (América Latina Logística) que está atrasada. Com a duplicação, o terminal terá capacidade para movimentar 20 milhões de toneladas por ano.

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