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Porto Brasil terá frete a custo chinês

Ocusto do frete marítimo das exportações poderá cair 70% a partir de 2012, a custo chinês, quando o complexo Porto Brasil entrar em operação em Peruíbe, litoral sul de São Paulo. Proprietária do empreendimento, a LLX Logística, do empresário Eike Batista, informou que este será um dos maiores portos da América Latina e será um dos primeiros portos brasileiros com capacidade para receber navios de grande porte, como os pós-Panamax e os cape size.

Esse porto vai operar como hub, ou seja, fará a consolidação de importações e exportações e permitirá a cabotagem – a carga dos grandes navios será recebida e distribuída para embarcações menores que farão o transporte para outros portos brasileiros das regiões Nordeste e Sul. Atualmente, 60% das cargas que circulam pelo Brasil são transportadas nas estradas por caminhões.

Hoje o Brasil paga caríssimo pelo frete do contêiner, porque são necessários navios pequenos, e não se consegue nem mesmo assegurar regularidade. Com esses grandes navios, o custo do contêiner cai cerca de 70%, praticamente um custo chinês, que vai aumentar a competitividade das exportações brasileiras, disse o presidente da LLX, Ricardo Antunes, após participar da primeira reunião da Frente Parlamentar do Projeto Porto Brasil, na Assembléia Legislativa de São Paulo, na capital paulista.

ilha artificial. O porto de Peruíbe, cidade que fica a 70 km do porto de Santos, o maior do País, terá espécie de ilha artificial a 3,5 quilômetros da costa, com 500 mil metros quadrados. O porto terá profundidade (calado) de 18,5 metros e a possibilidade de receber 11 barcos ao mesmo tempo – serão 11 berços de atracação.

Segundo a LLX, a força do projeto reside na proximidade entre Peruíbe e Santos, que possibilitará uma operação conjunta e o aproveitamento da infra-estrutura rodoferroviária já existente.O Porto de Santos será uma espécie de aeroporto de Congonhas, e o Porto Brasil virá depois, como o aeroporto de Cumbica.

calado de santos. Até porque Santos, mesmo com reformas, dificilmente terá um calado superior a 15 metros, comparou Antunes. Hoje, o calado do porto de Santos tem cerca de 12 metros.Os principais produtos que serão exportados por meio do porto serão açúcar, soja, minério de ferro, papel, celulose e produtos de alto valor agregado, além de contêineres.

A LLX pretende transformá-lo no principal porto exportador de etanol no País, e para isso, já há no projeto espaço previsto para a construção de dutos para o transporte do combustível.

O empreendimento terá capacidade anual para movimentar 4 milhões de contêineres, 15 milhões de toneladas de minério de ferro, 20 milhões de toneladas de granéis agrícolas, 4 milhões de toneladas de fertilizantes e 10 milhões de metros cúbicos de granéis líquidos.

Na zona industrial, chamada de Taniguá, haverá centros de distribuição e indústrias como a automobilística, eletrônica, máquinas e equipamentos e de processamento de carne e alimentos.

Em parceira com a ALL, a LLX pretende utilizar o transporte ferroviário no principal modal do porto. A empresa já conversa com concessionárias de rodovias para avaliar a construção de anéis de acesso exclusivo ao porto por meio da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega.

Se a solução viária é impossível, o porto também é impossível, admitiu Antunes. Durante as obras, cerca de 30 mil empregos devem ser gerados; outros 5 mil empregos diretos devem ser criados de forma permanente após o início das operações, sem contar os indiretos.

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