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Pochmann diz que Brasil tem boa posição para crescimento

O Brasil está diante de uma situação inédita, apropriada à retomada do processo de crescimento que foi paralisado com a crise financeira mundial, no ano passado, segundo afirmou nesta quarta-feira (23) o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Dívida Pública, na Câmara dos Deputados.

Pochmann fez uma ampla explanação sobre a financeirização das riquezas do país, com o enfoque histórico desde os ciclos da cana-de-açúcar, mineração e do café até a industrialização, quando o Brasil teve as mais altas taxas de crescimento. Passado esse período, a economia brasileira entrou em declínio e só mais recentemente começou a se recuperar, de acordo com ele.

Tanto que, “quando veio a crise, estávamos na melhor posição de solvência dos últimos anos”, disse Pochmann, que atribuiu a boa situação econômica do país, no período pré-crise, ao ajuste fiscal que permitiu a redução da relação entre dívida líquida do setor público e Produto Interno Bruto (PIB – soma das riquezas produzidas no país) ao patamar de 37,7%. Ou seja: em agosto de 2008 o Brasil devia quase 38% de tudo que produzia.

Agora, com os indicadores de produção dando sinais de gradativa recuperação da economia brasileira, depois de dois trimestres seguidos de contração, o presidente do Ipea acredita que “abre-se a perspectiva inédita de redução da dívida pública”. Em especial, por causa da “mudança adequada de gestão da dívida” e da retomada de crescimento sustentável, a partir do ano que vem.

Essa também é a expectativa do economista Raul Veloso, o outro depoente desta quarta, na CPI da Dívida Pública. Ele afirmou que as concessões fiscais, feitas pelo governo federal no decorrer da crise, elevaram a relação dívida-PIB atual para 44,1%, mas acha que “a recuperação econômica em 2010 vai nos colocar de volta à rota da redução dívida-PIB”.

Antes da audiência pública, os parlamentares da CPI da Dívida Pública aprovaram um requerimento que convida o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para falarem sobre as consequências das políticas monetária e cambial na formação da dívida e o pagamento dos juros, amortização e impacto da dívida nas políticas sociais.

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