JornalCana

Plantadores querem mudar fórmula de cálculo de pagamento

Os plantadores de cana, responsáveis pela produção de cerca de 100 milhões de toneladas da matéria-prima, estão insatisfeitos com o preço recebido das usinas. O valor pago hoje é R$ 35,00 a tonelada, o que para eles, não reflete os bons resultados alcançados pelas usinas com a comercialização do açúcar e do álcool. Os fornecedores da indústria também consideram a atual fórmula de cálculo do valor pago pela cana extremamente complexa, de difícil entendimento para o agricultor comum e, por isso, passível de manipulação.

Na tentativa de melhorar os instrumentos de negociação, organizações representativas dos plantadores de cana estudam alternativas para a fórmula de cálculo da remuneração, informa o presidente da Comissão de Cana-de-Açúcar da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Edson José Ustulin.

Essa também está sendo a providência tomada pela União da Agroindústria do Canavieira de São Paulo (Unica), segundo anunciou a entidade. O modelo atual, denominado Consecana, (numa referência ao método definido em comum acordo entre as usinas e o Conselho de Produtores de Cana, Açúcar e Álcool), foi criado em 1998, logo após a desregulamentação do mercado de açúcar e de álcool.

Para os produtores, a fórmula está obsoleta. Essa não é a opinião dos usineiros, que no entanto, segundo a Unica, não significa que não possa ser aperfeiçoado. Para isso, plantadores de cana e representantes das usinas, cada qual de posse de estudos e de suas propostas, deverão reunir-se em meados de julho.

Apesar de a safra estar em andamento, produtores não têm pressa para concluir as negociações. É que agricultores e indústria já chegaram a um acordo preliminar que prevê que qualquer resultado, ele será aplicado retroativamente a partir de 1 de maio.

Os produtores esperam conseguir fórmulas mais flexíveis de pagamento da matéria-prima, informa Ustulin. Ele defende, por exemplo, que em vez de dinheiro, os produtores recebam açúcar e álcool com remuneração. Seria uma maneira de os produtores poderem vender o produto no momento que considerarem mais oportuno, levando em conta as necessidades financeiras e as oportunidades de mercado. Ustulin acha que as usinas não planejam a comercialização, despejam produto no mercado e provocam a queda dos preços.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram