JornalCana

Planta de etanol 2G na Índia dará mais estabilidade ao mercado de biocombustíveis na Ásia

Fábrica de etanol 2G, da Hindustan Petroleum

De acordo com informações da Unica, quando estiver em plena operação, a primeira fábrica de etanol de segunda geração (2G) da Índia, orçada em US$ 88 milhões, deverá aumentar em 100 mil litros a disponibilidade diária do biocombustível celulósico na matriz energética do país. Isso proporcionará inúmeros benefícios ambientais e econômicos advindos de uma menor dependência do petróleo importado, poluente e caro. No plano continental, a nova planta industrial, que será erguida no distrito de Bhatinda, no Estado de Punjab, deverá incentivar o surgimento de outros projetos semelhantes na Ásia, onde a emissão de CO2, um dos principais gases causadores do aquecimento global, atinge níveis alarmantes.

O diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, reforça que a construção desta usina, cuja pedra fundamental foi lançada pela companhia estatal indiana Hindustan Petroleum em dezembro último (25/12), é mais uma importante sinalização de aposta no biocombustível celulósico no mercado asiático.

“Este investimento faz parte de um importante processo de inovação tecnológica no parque industrial sucroenergético da Índia, em linha com a busca por uma produção de biocombustíveis cada vez mais sustentável. Isso reforça a iniciativa capitaneada pelo governo brasileiro, a Plataforma do Biofuturo, um projeto que consiste na coalisão de 20 países para incentivar a produção e a comercialização de combustíveis avançados de baixo carbono”, ressalta Eduardo Leão.

O diretor da UNICA também exalta a importância dessas medidas para “o desenvolvimento socioeconômico da região.” Estima-se que a nova fábrica no distrito de Bhatinda, além de entregar diariamente 100 mil litros de etanol 2G, também produzirá 30 mil litros de biofertilizante ao ano, empregando até 1.300 mil pessoas e gerando uma renda extra para os agricultores que fornecerem seus resíduos.

Segundo o jornal indiano The Financial Express, no dia do lançamento da nova usina, que deverá processar 400 toneladas de biomassa por dia quando estiver em plena operação, o ministro Adjunto na área de energia, Sadar Sukhbir Singh Badal, afirmou que a Índia pretende construir ao todo 12 unidades do mesmo tipo por um investimento de cerca de US$ 1,5 bilhão na próxima década.

“Estamos encorajando a produção de etanol de segunda geração de resíduos agrícolas para fornecer fontes adicionais de remuneração aos produtores, para encaminhar as crescentes preocupações com o ambiente e apoiar o programa Ethanol Blended Petrol (de mistura do biocombustível ao concorrente fóssil)”, afirmou o representante do governo.

Em 2015, as usinas indianas produziram aproximadamente 3 bilhões de litros de etanol feito do melaço, subproduto da fabricação do açúcar. Deste total, 1,3 bilhão de litros foram usados como combustível automotivo e 1,6 bilhão de litros destinados para as indústrias de bebidas e alcoolquímicas. Dependendo da rentabilidade, a produção de etanol pode aumentar em até 3 bilhões de litros, somente com a utilização do melaço residual do açúcar, lembrando que a produção de etanol a partir do caldo da cana é proibida no país. Até o momento, o E10 foi implantado em seis estados. Na média, a mistura tem oscilado entre 3% a 4%.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram