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Plano Safra virá em maio e com juro maior

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou ontem desconhecer queixas do mercado de que estariam faltando recursos para o chamado pré-custeio da safra 2015/16 e afirmou que a presidente Dilma Rousseff lançará o novo Plano Agrícola e Pecuário em maio. “Está estabelecido e garantido que recursos de custeio não irão faltar para produtores”, disse a ministra em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, após reunião de coordenação política com a presidente.

Senadora Kátia Abreu (PSD-TO) comemora ampliação do seguro agrícola no Plano-Safra 2012/2013“Ajuste em termo de juros é normal devido a um aumento geral dos juros no país”, completou a ministra. Ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real doValor, a Kátia Abreu afirmou que os produtores já foram informados da necessidade de uma “adequação” ao Plano Safra, mas que o governo não vai apressá-lo. Segundo ela, os planos ficariam sobrepostos caso o governo antecipasse o anúncio, provocando inclusive uma corrida aos bancos em busca de financiamentos. “Vai ser mais cedo que no ano passado. Estamos trabalhando detalhadamente todas as questões, de juros, custeios e investimentos”.

Com recursos de R$ 156,1 bilhões, o Plano Safra 2014/15 teve uma taxa de juros média 1 ponto percentual acima da ofertada no ciclo anterior, ficando em 6,5% ao ano – considerando todas as linhas contempladas pelo plano. “Os juros com certeza serão mais altos [para 2015/16]. Os produtores já estão esperando e sabem que essa adequação é necessária por conta da subida da taxa básica de juros da economia. Estamos confiantes de que mesmo modificações e ajustes não inviabilizarão a agricultura brasileira”, disse.

“Todos nós conhecemos a força do agronegócio nacional e a equipe econômica jamais permitiria que fosse prejudicado. A agricultura é um setor que responde rápido às questões da economia”, completou.

A queda das cotações da commodities agrícolas e o menor volume exportado de açúcar no ano passado já se refletiram no crescimento desse setor no país em 2014. Levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cresceu 1,6% em 2014, na comparação com o ano anterior, para R$ 1,178 trilhão.

“Esse resultado, embora modesto se comparado ao crescimento registrado em 2013 (5,22%), é expressivo diante da prévia do PIB nacional apontada pelo Banco Central, retração de 0,15%”, afirmou a CNA, em nota. O desempenho foi puxado pela pecuária, que avançou 6,92%, enquanto a agricultura recuou 0,74%. Do total das riquezas geradas pelo agronegócio em 2014, R$ 800,57 bilhões (68%) vieram da agricultura e os R$ 378,3 bilhões restantes (32%), da pecuária.

O levantamento analisa o desempenho de ramos como o de insumos, primário, indústria e distribuição de agricultura e pecuária. Desses, apenas o industrial recuou (0,32%) ante 2013. A indústria do açúcar registrou o pior resultado dentre as atividades acompanhadas (queda de 7,22%), devido ao avanço nas exportações tailandesas e à maior competição do volume de cana destinado à produção de etanol. Depois, veio a indústria de óleos vegetais, com baixa de 6,98% em relação a 2013.

(Fonte: Valor Econômico)

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