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Plano prevê maior utilização das hidrovias

2011-02-25 Usina Diamante Barcaça Cana Hidrovia (3)

Wilson Lima, de Campinas, SP

Apesar de o Brasil contar com um sistema de rios e lagos com mais de 40 mil quilômetros navegáveis, o modal hidroviário é um dos menores na logística nacional, utilizando-se a metade do potencial. No final do ano passado o Ministério dos Transportes divulgou o Plano Hidroviário Estratégico, prevendo a ampliação do transporte por hidrovias em mais de três mil quilômetros. A meta é até 2024, investir cerca de R$ 17 bilhões para tornar o modal mais utilizável, uma vez que os custos menores e seu apelo ecológico são o diferencial, pois reduz a utilização do modal rodoviário.

Os recursos serão aplicados nas hidrovias acomodam fluxos de carga igual ou superior a 50 mil toneladas anuais: Amazonas/Solimões e Negro, Madeira, Tapajós e Teles Pires, Tocantins, Araguaia, São Francisco, Parnaíba, Tietê e Paraná, Paraguai e as hidrovias do Sul (Taquari, Jacuí e Lagoa dos Patos).

No que diz respeito ao setor sucroenergético, a principal hidrovia é a Tietê-Paraná, que interliga os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, através de 1.250 km navegáveis divididos em 450 km no rio Tietê e 800 km no rio Paraná. Trata-se de um importante complexo para o escoamento da produção de açúcar e álcool, que atua de forma integrada principalmente aos modais ferroviário e dutoviário. Recentemente os governos Federal e do Estado de São Paulo, firmaram acordo para o repasse de R$ 134 milhões para projetos de melhorias nesta hidrovia. O valor é parte de um montante de R$ 1,5 bilhão previsto num protocolo de intenções assinado há três anos e deverá eliminar alguns gargalos hoje existentes. O projeto prevê construção de terminais, desassoreamento de trechos e construção de barragens entre outros pontos. O objetivo é capacitar a hidrovia para dobrar sua capacidade de carga que hoje é de seis milhões de toneladas.

Apesar das vantagens que a hidrovia oferece, no entanto, ela esbarra nas condições climáticas, como as poucas chuvas que caíram no ano, comprometendo a navegabilidade dos rios. Desta forma, as barcaças têm que navegar com menor capacidade o que resulta na necessidade de mais transporte rodoviário para atender à demanda, com consequente aumento de custos. No primeiro trimestre, a baixa a redução da navegabilidade na Tietê-Paraná transferiu por mês 126 mil toneladas para as rodovias, ou 3,6 mil caminhões do tipo bitrem.

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