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Plano de agroenergia

Os conflitos políticos têm ofuscado iniciativas governamentais que estimulam investimentos privados, para geração de uma “commodity” baseada em fontes energéticas como o biodiesel e o álcool carburante. A crise continuada não dá oportunidade à projeção dessa cadeia produtiva capaz de impulsionar a economia.

O Ministério da Agricultura lançou, sem a repercussão merecida, o Plano Nacional de Agroenergia. Com essa ação estratégica, o governo federal quer garantir a produção de 1 bilhão de litros de biodiesel, por ano, a partir de 2008, quando estarão sendo adicionados 2% do produto no diesel consumido no mercado interno.

O suprimento energético mundial depende, essencialmente, do petróleo, carvão e gás. Para garantia dos investimentos nas matrizes energéticas alternativas, técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) projetaram as reservas e o consumo dos próximos anos, concluindo pela viabilidade das novas fontes abastecedoras.

A Embrapa, então, elaborou dois instrumentos fundamentais ao desenvolvimento da agroenergia: o plano nacional e o consórcio brasileiro. O primeiro concentra suas matrizes energéticas em cinco grupos: florestas, biogás, biodiesel, etanol e resíduos. O potencial nacional garantiria a sustentabilidade e competitividade.

O biodiesel pode ser obtido da mamona, girassol, soja e outros vegetais. Para tanto, o zoneamento agrícola está delimitado, com opções de exploração nas diversas regiões geoeconômicas. No decorrer deste mês, a Petrobras realizará o primeiro leilão de compra de 1 milhão de litros de biodiesel.

No Semi-Árido nordestino, o biodiesel poderá modificar o quadro de atraso e de exclusão social, em razão da adaptabilidade da mamona às terras secas. Não faz muito tempo, o País detinha a liderança mundial da produção de mamona, cujo óleo tem larga aplicação nas indústrias siderúrgicas, de plástico, perfume, sabão, couro, tinta e verniz.

O Nordeste – o Ceará, em especial -chegou a registrar um ciclo econômico baseado na produção e no beneficiamento industrial dessa oleaginosa utilizada também como lubrificante para motores de alta rotação. O óleo extraído da produção sertaneja tinha compradores cativos no mercado externo.

Quanto ao etanol, o Brasil vem atuando no mercado para fazer do álcool combustível um produto com larga escala de consumo mundial. Para consolidá-lo como uma “commodity”, cotada em dólar, incentiva o crescimento dos canaviais da Colômbia, Tailândia, Austrália e Índia.

A demanda interna de etanol, projetada para 2010, seria de 17 bilhões de litros. O mercado norte-americano absorveria 20 bilhões de litros; o Japão, entre 6 e 12 bilhões; a União Européia, até 14 bilhões; e o Leste Europeu, 2 bilhões de litros. A aceitação do álcool carburante dependerá, portanto, de crescimento geométrico de sua cadeia produtiva. O negócio da agroenergia apresenta futuro promissor.

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