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Plano da Petrobras sinaliza fim da defasagem de preços, diz analista

O novo plano de negócios da Petrobras para o período de cinco anos aponta para o fim da defasagem entre preços domésticos e internacionais dos combustíveis, avaliaram analistas com base em projeções de geração de caixa e de produção da companhia.

O Credit Suisse, em relatório distribuído nesta segunda-feira a clientes, calculou que, para atingir os níveis de previstos de geração de caixa até 2017, a Petrobras terá que aumentar em US$ 13 por barril os preços da gasolina e do diesel vendidos no Brasil.

“Isso significa um aumento de 12% em relação aos níveis atuais e aproximadamente o total necessário para encerrar a defasagem com as cotações internacionais. O que nos mostra que o Conselho da empresa está comprometido com uma paridade de preços domésticos e internacionais”, assinalou o relatório assinado pelos analistas Emerson Leite, Vinicius Canheu e Andre Sobreira.

O plano de investimentos 2013-2017, anunciado na sexta-feira, manteve praticamente o mesmo nível do programa anunciado no ano passado, com aportes de US$ 236,7 bilhões, dando mais ênfase a projetos de exploração e produção de petróleo.

A expectativa é que em 2017 a companhia esteja apresentando uma geração operacional de caixa em torno de US$ 50 bilhões por ano, segundo a Petrobras informou no plano, enquanto a meta de produção de óleo no Brasil é de 2,75 milhões de barris diários no mesmo ano, destacaram os analistas.

“Os números realmente indicam que a Petrobras está contando com novos reajustes que levam a uma paridade de preços domésticos e internacional. Resta saber se o governo vai realmente executar”, afirmou o diretor do Centro Brasileiro de Infra-estrutura, Adriano Pires.

A defasagem no mercado interno dos preços dos combustíveis na comparação com o mercado internacional, que tem causado problemas à estatal, estaria assim com dias contados no longo prazo.

Isso após a venda de derivados no Brasil a preços mais baixos que os de compra no exterior ter colaborado para um prejuízo de R$ 22,93 bilhões em 2012 na área de Abastecimento da Petrobras, um salto de 130% em relação a 2011.

O problema, no entanto, já vem sendo combatido pela companhia, que realizou dois aumentos nos preços do diesel somente este ano. Ao fazer o mais recente reajuste, no início do mês, a empresa afirmou que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazos.

Aprovação rápida

Para o Itaú BBA, a rápida aprovação do plano reforça a ideia de que o recente aumento nos preços do diesel fez parte da negociação entre a Petrobras e o governo sobre o nível dos investimentos.

“O aumento adicional no diesel foi autorizado para permitir que a companhia prosseguisse com seus investimentos, segundo acreditamos. Receávamos que o Capex pudesse na realidade aumentar e, portanto, encaramos o número estável como um fator positivo”, afirmam os analistas Diego Mendes e Paula Kovarsky, em relatório ao mercado.

A manutenção dos investimentos da Petrobras agradou a outros analistas de mercado, de uma maneira geral. A ações preferenciais da companhia fecharam em alta de 0,7%, preliminarmente, enquanto as ordinárias tiveram queda de 0,9%. O Ibovespa subiu 0,12% na sessão.

“Este plano é consistente com os princípios apresentados pela nova administração da Petrobras no plano anterior”, acrescentou o Itaú.

A Petrobras informou ainda no seu plano de negócios que os desinvestimentos no período serão de US$ 9,9 bilhões, ante US$ 14,8 bilhões previstos no plano anterior.

Uma fonte da empresa disse à Reuters que a estatal desistiu de vender alguns ativos devido ao cenário econômico desfavorável para negócios.

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