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Pioneiros Bioenergia reforça estratégia do grupo de ganhar fôlego para competir no exterior

A usina Pioneiros Bioenergia, com sede em Sud Mennucci, na região noroeste do Estado de São Paulo, é a mais nova acionista da Copersucar SA. A adesão foi formalizada na semana passada. Com o novo acordo, a Copersucar passa a contar com 35 sócias e amplia seu movimento de expansão no segmento sucroalcooleiro.

Controlada pela família Junqueira Franco, uma das principais acionistas da Santelisa Vale, de Sertãozinho (SP), a Pioneiros fazia parte da Crystalsev, comercializadora de açúcar que está em processo de encerramento das atividades por conta da incorporação da Santelisa pelo grupo francês Louis Dreyfus. A usina tem capacidade para processar cerca de 2 milhões de toneladas de cana por safra.

“Sempre defendemos a organização de blocos de comercialização de açúcar e álcool no setor. Com a saída da Crystalsev, a Copersucar se tornou uma alternativa importante para a Pioneiros”, afirmou ao Valor Celso Junqueira Franco, um dos acionistas da usina. Fundada em 1979 pelo usineiro Cícero Junqueira Franco e pecuaristas da região de Sud Mennucci, a família controla 50,1% da usina. Arnaldo Enomoto, prefeito do município paulista de Pereira Barreto, detém a participação restante, conforme apurou a reportagem.

Desde que se tornou uma empresa SA, em outubro de 2008, a Copersucar busca ampliar o número de acionistas para fazer frente às grandes corporações no mercado internacional. Suas 35 usinas acionistas são controladas por 19 grupos econômicos. Nos últimos quatro anos, 13 unidades tornaram-se sócias da companhia. A Copersucar também está ampliando suas alianças “estratégicas” para tentar expandir as vendas de açúcar no mercado internacional, onde os preços estão no maior patamar em décadas, graças sobretudo à redução da produção da Índia, que corre o risco de virar importadora.

Com faturamento previsto em R$ 8,5 bilhões na temporada 2009/10, um aumento de 60% em relação ao ciclo anterior, a Copersucar deverá anunciar, em breve, a entrada de novos sócios na empresa. Nesta safra, as usinas associadas preveem processar aproximadamente 79 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um incremento de 16% sobre o ciclo anterior, de acordo com o CEO da empresa, Paulo Roberto de Souza.

A comercialização de açúcar da companhia deverá alcançar neste ciclo cerca de 5,7 milhões de toneladas, das quais 1,3 milhão de toneladas vindas de usinas que não são associadas à companhia. As exportações deverão alcançar 4,1 milhões de toneladas. Quando ainda era uma cooperativa, a Copersucar não podia comprar açúcar de terceiros, explicou Souza. A comercialização de álcool deverá somar nesta safra 3,8 bilhões de litros.

A Copersucar está entre as maiores comercializadoras de açúcar e álcool do mundo. Segundo Souza, a empresa tem dado prioridade ao fechamento de contratos de longo prazo para expandir seus negócios no mercado internacional. Entre seus principais parceiros comerciais estão a refinaria Al Khaleej Sugar, de Dubai, a maior do mundo, que compra cerca de 1,3 milhão de toneladas de açúcar por ano da companhia, e também a empresa indiana Shree Renuka Sugar, que compra 200 mil toneladas de açúcar por ano e deverá ampliar a importação para 300 mil toneladas, conforme Souza.

A Shree Renuka é uma das maiores companhias de açúcar da Índia e está de olho em possíveis aquisições no Brasil, conforme já antecipou o Valor. Em álcool, a empresa tem parceria com a americana Lyondell para exportar álcool para o Japão.

Desde julho deste ano, a Copersucar está com 100% de sua gestão profissionalizada. Souza, que era diretor comercial da companhia, assumiu a presidência, que antes era ocupada por Luís Pogetti. Pogetti, por sua vez, passou para a presidência do conselho de administração, no lugar de Hermelindo Ruete Oliveira, um dos principais acionistas da empresa.

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