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PIB do agronegócio tem queda de quase 2% no primeiro semestre de 2012

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio teve queda de 1,77% durante o primeiro semestre, conforme levantamento da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) feito em parceria com o Cepea/Esalq. Segundo a entidade, a agricultura registrou uma retração de 2,18%, enquanto a pecuária cresceu 2,76%.

O estudo explica que a queda foi influenciada pela redução da produtividade de diversas culturas e pela seca que atrapalhou o desenvolvimento das lavouras. Porém, a alta das cotações de importantes produtos agrícolas, como soja, milho, trigo e café, ajudou o PIB a não sofrer queda maior.

O segmento industrial acumula um recuo de 4,33% durante o ano. Entre as indústrias de processamento vegetal, a maior queda mensal se deu na área de derivados de cana com o açúcar caindo 4,08% (totalizando 11% no primeiro semestre), e o etanol 2,05% (queda de 21% nos primeiros seis meses do ano). Os laticínios registraram retração próxima de 7%, em razão da queda dos preços de derivados de leite. O setor de insumos agropecuários cresceu em julho 0,05% e, com este desempenho positivo, houve uma expansão de 0,16% em 2012.

O faturamento do setor agropecuário deve crescer 8,7% em 2012 e chegar aos R$ 357,3 bilhões, segundo o estudo, que revisou para cima do Valor Bruto da Produção (VBP) levando em conta a elevação dos preços das principais commodities agrícolas.

Somente o faturamento bruto da agricultura atingirá R$ 225,3 bilhões, com expansão de 12,3% na comparação com o ano passado, influenciado, entre outros fatores, pelo aumento da receita da soja. A oleaginosa deve ter desempenho 20,8% superior ao de 2011, alcançando uma cifra de R$ 68,3 bilhões, diante da previsão de uma safra menor no Brasil e nos Estados Unidos. Conforme o estudo, os preços da soja no mercado doméstico não tiveram fortes altas durante o mês, mas se manteve em patamares elevados em comparação ao ano anterior.

O milho deve ter faturamento 39,8% superior ao de 2011, totalizando R$ 34 bilhões, em razão do aumento de 26,4% na produção e de 10,6% nos preços. No entanto, o estudo deixa claro que, neste caso, a crise internacional e uma melhoria da colheita americana podem pressionar os preços do grão.

O VBP da cana-de-açúcar foi estimado em R$ 43 bilhões, com incremento de 43,3% na receita da atividade, em razão da queda de 7,7% na produção. A restrição de oferta também deverá favorecer o trigo, que terá, em 2012, faturamento 20,6% superior a 2011, somando R$ 3 bilhões, principalmente em função da quebra de safra na Rússia.

No entanto, o café poderá sofrer uma retração de 14,2% no faturamento em relação ao ano passado, provocada pelo aumento da produção e pelo cenário de incertezas na Europa e nos Estados Unidos, com consequente redução de demanda.

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