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PIB do agronegócio crescerá 5,8% em 2004, diz CNA

O PIB do agronegócio brasileiro deve atingir R$ 537,7 bilhões em 2004, o que representará um crescimento de 5,8% sobre o ano passado. A estimativa é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).

Essa projeção leva em consideração o crescimento de 0,47% do agronegócio brasileiro em janeiro, que inclui setor primário, insumos, indústria e distribuição.

Já o faturamento no campo apresentou queda de 0,5% nos dois primeiros meses deste ano. No primeiro trimestre, o Valor Bruto de Produção (VBP) dos 25 principais produtos da agropecuária deverá atingir R$ 168,8 bilhões em 2004, contra R$ 169,7 bilhões, em 2003. Segundo a CNA, esse resultado é devido à redução do consumo interno, provocada pela queda na renda média da população. “A divulgação dos mais recentes índices de inflação mostram queda dos preços dos alimentos. O brasileiro está comendo menos e isso afetou a renda dos produtores”, afirma Pernambuco. O setor também sofre impacto da quebra da safra devido a problemas climáticos e a incidência da ferrugem asiática na soja.

Para o chefe do Departamento Econômico da CNA, Getúlio Pernambuco, a queda do faturamento no campo só não foi maior devido ao crescimento das exportações. No primeiro trimestre do ano, as exportações do agronegócio brasileiro somaram 7,8 bilhões, o que representa um crescimento de 36,5%, na comparação com igual período do ano passado.

Segundo Pernambuco, no caso do complexo de soja (grão, farelo e óleo), a renda média do produtor deverá ser maior do que a do ano passado. “Isso em decorrência na alta dos preços no mercado internacional. No primeiro trimestre deste ano, os preços estão 40% superiores, em relação ao mesmo período do ano passado”, afirma. Mas, Pernambuco alerta que alguns produtores realizaram contratos de soja verde, com preços pré-fixados em US$ 9,5 por saca, no ano passado. Atualmente, os preços estão acima de US$ 15 a saca. “Esse produtores que honrarem os contratos terão perdas de 50%”, afirma.

Pernambuco explica ainda que a alta nos preços internacionais da soja se deve ao aumento da demanda mundial e queda na produção dos Estados Unidos, o principal produtor. A demanda mundial do produto projetada para este ano é de 172 milhões de toneladas, sendo que no ano passado a quantidade foi 165 milhões de toneladas.

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