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PIB da agropecuária vai cair mais de 10%, diz a CNA

Globo Online

O produto interno bruto (PIB) do setor agropecuário cairá de R$ 160,65 bilhões, em 2004, para R$ 143,42 bilhões neste ano, o que representa uma queda de 10,73%, segundo estimativas da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Já o conjunto do agronegócio, que envolve também transporte, insumos e distribuição, deverá ter um PIB de R$ 515,92 bilhões, contra R$ 533,98 bilhões no ano passado, uma retração de 3,38% do PIB do agronegócio, o pior resultado desde o início da série histórica da CNA.

Entre os fatores que levaram a esse resultado negativo a CNA aponta queda na safra de 20 milhões de toneladas, incidência da ferrugem asiática nas lavouras de soja, excesso de oferta mundial que derrubou os preços das principais commodities no mercado internacional, além da desvalorização do dólar, que tem impacto negativo nas exportações. Os produtos mais prejudicados foram soja, milho, trigo, algodão e arroz.

Apesar disso, a CNA destaca que algumas culturas foram bem-sucedidadas este ano, como café e cana-de-açúcar. No caso do café, houve uma queda na produção brasileira, que aliada ao aumento da demanda mundial, elevou os preços médios do produto. Já a cana-de-açúcar teve valorização do preço devido ao aumento do interesse mundial pelo álcool.

As perspectivas para 2006, na avaliação da CNA, não são animadoras porque haverá redução da área plantada. Na safra passada, o Brasil teve 48,8 milhões de hectares plantados e para 2006 a estimativa é que o cultivo fique entre 46,3 milhões e 47 milhões, o que representa um recuo de 5,3% a 3,7% do total de área de lavoura. A CNA culpa o governo federal pelo resultado.

“Faltou, ao governo federal, implantar adequadamente mecanismos de sustentação de preços e de acesso a crédito”, diz o documento. Segundo a CNA, as medidas de política de garantia de preço mínimo adotadas pelo governo não foram suficientes. A CNA afirma que eram necessários R$ 2,5 bilhões e o governo só liberou R$ 1,2 bilhão, menos da metade. Para as operações de custeio, o setor pediu R$ 53,5 bilhões, mas o governo liberou apenas R$ 12 bilhões.

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