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PF prende 26 pessoas e interdita

A Polícia Federal desmontou ontem mais uma conexão da suposta máfia dos combustíveis que opera no Estado do Rio de Janeiro. Foram presas 26 pessoas e apreendidas 18 carretas com combustível adulterado.

O produto estava estocado no que a PF classificou como uma “destilaria clandestina” localizada em Barra Mansa, no km 257 da rodovia Presidente Dutra.

Segundo cálculos da PF, o grupo obtinha um ganho de até R$ 1,5 milhão por mês com a venda. O lucro com a adulteração seria de R$ 0,30 por litro de gasolina, e movimentaria de 3 milhões a 5 milhões de litros por mês.

O suposto líder do esquema, de acordo com a polícia, seria um empresário conhecido como Zé Maria, que não estava no local na hora da apreensão. Até a conclusão desta edição, nem seu nome nem o das pessoas detidas havia sido divulgado. O inquérito ainda não havia sido instaurado.

A base contava com cinco tanques de 150 mil litros cada um. Segundo a PF, a gasolina era adulterada, sendo misturado com o álcool numa proporção maior do que a permitida -25%.

Depois, os adulteradores adicionariam produtos químicos, como corantes, para fazer com que a gasolina não perdesse suas características (cheio e cor), mesmo contendo mais álcool.

Fiscais da ANP (Agência Nacional do Petróleo) foram ontem até o local da apreensão para colher amostras do produto para análise.

A PF diz que, inicialmente, não existem indícios que relacionem o esquema descoberto ontem com o supostamente liderado por Antônio Carlos Chebabe, preso em março deste ano com um fiscal da ANP e agentes da Polícia Rodoviária Federal e da Receita.

Acusado de sonegação, corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, Chebabe, dono de uma distribuidora com o mesmo nome, é suspeito de burlar o fisco, segundo a denúncia do Ministério Público de Campos (norte fluminense).

Um dos mecanismos era simular uma venda de combustível para o Espírito Santo, onde o ICMS é de 7%. Com a anuência de fiscais e policiais rodoviários, o produto, porém, era levado para São Paulo, onde o ICMS é maior (18%).

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