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Petrolíferas devem explicar aumentos de preços nos EUA após Katrina

Executivos de cinco grandes empresas petrolíferas devem comparecer nesta quarta-feira diante do Congresso americano para esclarecer a forte alta de preços dos combustíveis nos EUA e os lucros recorde obtidos após a passagem do furacão Katrina.

Devem ser ouvidos hoje no Congresso executivos da Chevron, Exxon Mobil, ConocoPhillips, Shell Oil (do grupo anglo-holandês Royal Dutch Shell), e a BP America (subsidiária americana da British Petroleum.

Os congressistas pretendem inquirir os executivos das empresas sobre fenômenos como o barril do petróleo ter chegado a US$ 70,90 no dia 309 de agosto e, pouco mais de dois meses depois, já ter recuado para menos e US$ 60.

Com a passagem do Katrina pelo golfo do México em agosto, as plataformas e refinarias da região tiveram suas atividades interrompidas, gerando entre os investidores o temor de que pudesse haver escassez de combustíveis no país. O galão (3,785 litros) de gasolina chegou, à época da passagem do furacão, a US$ 3 em alguns Estados americanos.

Ao mesmo tempo, as empresas do setor petrolífero obtiveram alguns de seus maiores resultados já registrados. O lucro líquido da Royal Dutch Shell cresceu 67% no terceiro trimestre na comparação anual, atingindo US$ 9,39 bilhões. As altas do preço do petróleo compensando a perda de produção nas plataformas da região do golfo do México devido aos furacões na região.

A British Petroleum, por sua vez, registrou um crescimento de 34% em seu lucro líquido no terceiro trimestre, mas sua produção na região do golfo caiu 2% devido às passagens dos furacões. O lucro da Exxon Mobil no período ficou acima dos US$ 9,9 bilhões.

As autoridades federais americanas tentam há tempos lidar com casos de reclamações sobre aumentos considerados abusivos de preços de combustíveis, mas raramente conseguem abrir um processo. “Em quase todos os casos encontramos razões comerciais legítimas [para os aumentos]”, disse o conselheiro associado para o setor de energia da FTC (Federal Trade Commission, o equivalente ao Cade –Conselho Administrativo de Defesa Econômica– nos EUA), John Seesel, segundo o diário financeiro americano “The Wall Street Journal”.

O presidente da ExxonMobil, Lee Raymond, que deve comparecer ao Congresso hoje, disse ontem que a empresa já instruiu seus postos de gasolina para “moderar os preços” nas bombas de combustível.

Apenas 7% dos postos de combustível das marcas Exxon ou Mobil, no entanto, são operados pela empresa. Raymond disse que os postos da empresa não abusaram de preços, mas não poderia dizer o mesmo sobre postos operados por distribuidoras ou por outros empresários. “É mais difícil de julgar o que outros empresários fizeram”, disse, segundo o diário americano.

As empresas dizem que políticas de contenção de abusos de preços logo se confundem com tentativas do governo de controlar o mercado. Segundo o diretor de marketing e refino do American Petroleum Institute (órgão ligado ao Departamento de Energia dos EUA), Ed Murphy, as medidas que evitam ajustes de preços em períodos de escassez “rapidamente se deterioram em controles de preços”, o que acaba por gerar mais escassez, à medida em que os postos fecham ou ficam sem fornecimento.

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