Petróleo caro já ameaça queda dos juros
A insistência do petróleo em seguir em alta começa a aumentar o pessimismo dos analistas financeiros em relação ao futuro dos juros básicos brasileiros. Apesar de a aposta majoritária no mercado ser que a taxa Selic começará a ser reduzida em setembro, o petróleo tem se fortalecido como fator que pode pesar e levar a uma decisão diferente da esperada.
No pregão de ontem da BM&F, as projeções futuras de juros subiram um pouco. Isso mesmo com a divulgação de um baixo IGP-M, que registrou deflação de 0,65% neste mês.
No DI -que mostra as projeções futuras para os juros- que vence no fim do ano, a taxa subiu de 19,10% para 19,14%. No contrato que vence daqui a um ano, a taxa foi de 18,19% para 18,26%.
A taxa básica (Selic) está em 19,75% ao ano. Na reunião deste mês -quando boa parte dos analistas previa que haveria corte de pelo menos 0,25 ponto-, o Copom manteve a Selic inalterada.
A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central acontecerá nos dias 13 e 14 de setembro.
O preço do barril do petróleo encostou na cotação histórica de US$ 71, diante da possibilidade de desabastecimento provocada pelo furacão Katrina. Em Nova York, o petróleo fechou a US$ 69,81, em alta de 3,88%.
No mercado de câmbio, o dólar encerrou as operações estável diante do real, a R$ 2,385. O vencimento dos contratos futuros de câmbio influenciou o desempenho da moeda.
Quando chega o período de vencimento desses títulos, os bancos tentam influenciar a cotação da moeda -por meio de operações de compra e venda- para aumentarem seus ganhos na hora da liquidação dos papéis.
Ações
A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou as operações de ontem com valorização de 0,80%.
Como no pregão de segunda-feira, as ações da Petrobras acompanharam a elevação do petróleo no mercado internacional e se destacaram. A ação ON (ordinária) da petrolífera subiu 2,77%, e a PN (preferencial), 1,52%.
Investidores esperam que os preços dos combustíveis sejam elevados em breve pela Petrobras, o que poderia beneficiar os resultados da empresa.