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Petrobras vai importar mais combustível

A Petrobras terá de aumentar em 10% as importações de gasolina e diesel para suprir a parada de produção da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. A unidade está fora de operação desde às 22h30 do dia 28 de novembro, quando houve um incêndio, depois de uma explosão em uma área da refinaria. A previsão da Petrobras é que a Repar volte a produzir no dia 17 deste mês.

Segundo uma fonte contou ao Valor, a Petrobras vai utilizar estoques para atender parte da demanda por combustíveis produzida pela Repar. Essa refinaria tem capacidade instalada para processar 200 mil barris/dia de combustíveis e responde por cerca de 10% da capacidade instalada de refino do país, que é de 2 milhões de barris por dia. Em outubro, a Repar produziu diariamente uma média de 59 mil barris de gasolina e 107,1 mil barris de óleo diesel.

Sem poder contar com a produção do Paraná, as importações vão aumentar, mas a expectativa do mercado é que a estatal refaça seus estoques apenas em janeiro, para não pressionar ainda mais sua logística de armazenagem e transporte, muito pressionada em dezembro. Até outubro a Petrobras importou em média 55 mil barris por dia de gasolina A (antes da mistura com álcool) e 177 mil barris/dia de diesel para suprir o aumento da demanda do país, que consome cerca de 2,4 milhões de barris/dia de derivados, dos quais 400 mil barris precisam ser importados.

O acidente da Repar não veio em boa hora e para piorar os empregados estão ameaçando iniciar uma paralisação a partir da meia noite de quarta-feira, o que pode atrasar o retorno na operação. A greve na Repar tem como objetivo protestar contra a insegurança operacional e foi aprovada pelos funcionários no sábado.

Magda Chambriard, diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), disse que está acompanhando tudo de perto. “Estamos tomando todas as providências logísticas para que não haja desabastecimento”, disse ontem, ao participar do 3º Prêmio Naval de Qualidade e Sustentabilidade.

Silvaney Bernardi, presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC), disse que as condições de trabalho na refinaria não são seguras. Segundo Bernardi, a Petrobras tem reduzido o efetivo de funcionários com o objetivo de cortar custos. “O incêndio não foi uma surpresa para nós, que já estamos alertando há algum tempo à Petrobras sobre a ausência de efetivo necessário nas nossas instalações”, afirmou.

O sindicato diz ainda que os problemas de segurança nas instalações foram agravadas após o incêndio e acusa a Petrobras de colocar em risco a vida de trabalhadores também ao acelerar os trabalhos para a retomada da produção. “Queremos voltar a produzir, mas não a qualquer custo”, afirmou Bernardi.

Segundo o sindicalista, a unidade tem hoje 900 funcionários, dos quais 140 estão em idade para se aposentar. Além disso, segundo Bernardi, a Petrobras prevê cortar 50 empregados. Após uma reunião com a Petrobras, os sindicalistas vão definir se haverá greve a partir de quarta. Questionada sobre a possível falta de segurança na refinaria, Magda informou que a agência está investigando.

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