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Petrobras reativa coletor de álcool

Centro recuperado fica em Araraquara e inaugura uma nova estratégia da empresa na área de combustíveis. A recuperação do setor sucro-alcooleiro paulista ganhou importante reforço ontem com a reativação do Centro Coletor de Álcool de Araraquara (a 270 km de São Paulo) – considerado um importante passo na estratégia da Petrobras Distribuidora de reestruturar a distribuição de álcool.

Até o segundo semestre de 2005, a maioria dos centros coletores de álcool que estão fora de operação voltará a funcionar. Isso permitirá à companhia suprir eventuais aumentos na demanda, já que está previsto um maior movimento de exportações do produto para grandes mercados asiáticos, como Japão e China.

O centro de Araraquara foi o primeiro a ser recuperado e colocado em operação dentro do processo. a reativação contou com a presença do presidente Petrobras Distribuidora, Luiz Rodolfo Landim Machado.

Além disso, tem havido um incremento no consumo interno, com a produção em escala dos carros bicombustíveis álcool-gasolina (flex fuel). Os centros coletores têm importante papel na redução do chamado custo Brasil, segundo a empresa, pois armazenam o álcool produzido localmente e disponibilizam o produto, por via ferroviária, até os terminais da companhia, de onde o combustível é bombeado através de dutos para os grandes centros consumidores.

“A gestão destes centros coletores dará à BR um ganho logístico considerável, pois o modal ferroviário é bem mais barato do que o modal rodoviário”, diz Ivan Pacheco, gerente executivo de operações da Petrobras Distribuidora.

Localização privilegiada

Próximos às regiões produtoras, cercados de destilarias, os centros coletores permitem a estocagem de grandes volumes do combustível, possibilitando à companhia maximizar seus ganhos e explorar novas oportunidades de negócios no setor. Entre as opções estão o aluguel dos tanques para as usinas estocarem seu álcool durante o período de moagem da cana.

Outra possibilidade de negócio é a utilização dos tanques como fonte de coleta de álcool visando o mercado externo. Isso porque parte do produto comercializado pelo Brasil no exterior não é utilizado como combustível, mas para fins industriais.

Como o álcool usado na fabricação de bebidas, medicamentos e em outras atividades não pode conter hidrocarbonetos – o que forçosamente acontece quando são usados no transporte os mesmos equipamentos dos demais derivados – o produto destes centros será isento de contaminantes, e, portanto, ideal para a exportação.

Construídos na época do Pro-Álcool, quando a Petrobras tinha um papel relevante na comercialização e distribuição do álcool, os centros coletores foram perdendo sua função à medida que a empresa foi saindo de cena neste mercado.

“É natural que a BR, agora responsável pela comercialização de boa parte do álcool anidro e hidratado produzido no Brasil, reative estes centros, que por sua localização estratégica oferecem grandes vantagens operacionais”, explica Ivan Pacheco.

Além das unidades de Araraquara e de Ourinhos (MG), até o segundo semestre de 2005, deverão passar por reformas os centros coletores de Betim (MG), Santa Adélia (MG), Sertãozinho (SP), Paulínia (SP), Londrina (PR) e Aracaju (SE). A capacidade total estimada das oito unidades é de 95 mil metros cúbicos.

Grande capacidade

O Centro Coletor de Álcool de Araraquara o cupa uma área de 42 mil m², possui tancagem com capacidade de 10 mil m³ e irá abastecer, por via ferroviária, o Terminal de Paulínia (Teplan). O Ceraq iniciou suas operações em 1983 e estava desativado, por razões estratégicas, desde 1999.

“A unidade tem importância estratégica, por ligar modais de transporte ferroviário e dutoviário, garantindo o escoamento do produto com maior eficácia e menor custo para os maiores centros consumidores do país, São Paulo e Rio de Janeiro”, avalia Alexandre Cotrim, gerente executivo de Suprimentos da Petrobras Distribuidora.

A unidade irá atender aos produtores de álcool localizados próximos a Araraquara, melhorando a estrutura de logística que atende ao Terminal de Paulínia. Nos períodos de entressafra, o CERAQ poderá ser utilizado para estoque estratégico.

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