O diretor-gerente da Unidade de Gás Natural da Petrobrás, Luiz Rodolfo Landim Machado, questionou a manutenção de uma política de regulação dos preços do gás natural, que contribuiria para a perda de competitividade do produto em relação a combustíveis, como o óleo, que tem preços liberados. Landim defendeu também a manutenção de uma atuação verticalizada da estatal no setor de gás natural, que, na visão dele, beneficia a formação de uma indústria do gás brasileiro no País. Segundo Landim, já existe um consenso entre órgãos reguladores. “O que eu coloco em discussão é se essa política de preços regulados é salutar para o desenvolvimento da indústria do gás natural”, disse o diretor-gerente, em um seminário sobre o desenvolvimento do setor de gás natural no Brasil, realizado no 17º Congresso Mundial de Petróleo (WPC 2002). Participantes do evento lembraram que o gás natural está sofrendo uma concorrência indireta do coque, que está sendo importado por alguns segmentos industriais. O coque está ganhando a competição com o óleo combustível nessas indústrias, ampliando o excedente de óleo no mercado, o que afeta a competitividade do gás.Landim disse também que a atuação verticalizada da Petrobrás é necessária, “nessa fase infante do mercado nacional.” Segundo ele, os órgãos reguladores de várias partes do mundo têm chegado à conclusão de que a desverticalização das atividades em mercados em formação pode comprometer o funcionamento destes mercados. “A verticalização ajuda a diluir os riscos nessas atividades”, disse Landim. A verticalização é considerada, por outros agentes do setor, como fator de ampliação do poder econômico da Petrobrás, um impeditivo para a entrada de novos atores no mercado nacional. (O Estado de SP)
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