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Petrobras quer transformar sertão em mar de biodiesel

O popular refrão musical: o sertão vai virar mar está prestes a se tornar realidade, só que de uma outra espécie de líquido: de biodiesel. Isso porque a Petrobras prevê investir US$ 145 milhões em projetos ligados à produção do combustível limpo nos próximos cinco anos.

Segundo o gerente executivo de Desenvolvimento Energético da Petrobras, Paulo Kazuo, os projetos mais avançados da estatal na área de biodiesel estão concentrados na Região Nordeste, no semi-árido. Ainda segundo Kazuo, a cifra de US$ 145 milhões, integra o plano de negócios 2005/2010 da empresa. Kazuo informa que a Petrobras já possui uma unidade experimental em Guamaré (RN), em funcionamento com capacidade de produção de 6 milhões de litros/ano. A estatal confirma ainda que está em fase de obras uma outra planta também no Nordeste com previsão de término, em fevereiro de 2006, que terá capacidade para processar 14 milhões de litros/ano. As duas usinas têm como matéria-prima a mamona.

Também no Nordeste, a área de Exploração & Produção da Petrobras já incentiva o plantio e a produção de mamona. O projeto está incluído no planejamento estratégico da empresa até 2010. O objetivo dos projetos é garantir o fornecimento de matéria-prima a longo prazo a fim de sustentar uma produção em maior escala de biodiesel. No início de setembro, por exemplo, o governo da Bahia e a Petrobras assinaram protocolo de intenções que tem por objetivo assegurar o suprimento de plantas oleaginosas, como mamona, para a produção de biodiesel no estado. A meta é realizar estudos de viabilidade técnica e econômica para implantar unidades industriais no semi-árido e no baixo-sul baiano.

Para Kazuo o que poderá dificultar a comercialização do produto nos próximos anos é o volume de produção, ainda insuficiente. “A Lei 11.097 previa a obrigatoriedade do uso de 2% de biodiesel misturado no diesel mineral a partir de 2008. No entanto, recentemente o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definiu a antecipação para 2006. Como os investimentos na construção das plantas de biodiesel ainda não foram suficientes para completar a disponibilidade de oferta do biodiesel, em volume, pois o sinal regulatório apontava para 2008, esta comercialização não se efetivará na sua plenitude.” Segundo Kazuo, para se fazer uma distribuição em maior escala seria necessário um volume de biodiesel muito maior que a capacidade instalada no País. Ele calcula que o volume ideal seria de 2,5 bilhões de litros/ano. “Muito superior à capacidade instalada no País.”

A primeira iniciativa de distribuição na bomba pela Petrobras Distribuidora está em operação há menos de três meses. O grupo Agropalma (controlado pelo Banco Alfa ), maior produtor nacional de óleo de palma, fornece biodiesel para a distribuidora abastecer a região metropolitana de Belém. O produto está sendo vendido nesta primeira etapa no Posto Pará Vip, em Ananindeua, no quilômetro 8 da Rodovia BR 316. Hoje, a Petrobras Distribuidora compra cerca de 200 metros cúbicos por mês do produto.

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