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Petrobras quer reduzir efeitos nocivos

Rio, 6 de Junho de 2005 – Iniciativas vão de combustível com menos enxofre a controle de emissões atmosféricas. D o fundo do mar aos extremos da atmosfera, a Petrobras tem investido dezenas de bilhões de reais para limpar o meio ambiente dos efeitos nocivos provocados pela atividade da indústria petroleira. Mais que compensar, a estatal trabalha para tentar melhorar as cidades, a fauna e a flora, com programas de reciclagem, de recuperação de animais em extinção, de preservação da água e de reflorestamento.

Para o ar, a Petrobras reserva um novo sistema de monitoramento de emissões atmosféricas no Brasil e nos países sul-americanos nos quais atua. Serão acompanhados 20 mil fontes emissoras que darão subsídios a ações voltadas para evitar o efeito estufa. Mas o principal programa para a despoluição do ar trata da modernização das refinarias, com investimentos de mais de R$ 4 bilhões.

A Petrobras antecipou para este ano as metas de melhoria na qualidade do combustível, com redução do teor de enxofre do diesel e da gasolina. As primeiras cidades contempladas com o diesel limpo teriam essa novidade apenas em 2006. São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, contudo, já estão respirando melhor. Isso porque a estatal concluiu as unidades de processamento planejadas para a produção de diesel com 50 partes por milhão (ppm) ante o combustível com 2.000 ppm que até então poluía os ares do País.

O projeto de melhoria de qualidade ficou pronto no ano passado nas seguintes plantas: Refinaria Duque de Caxias (Reduc), Refinaria de Paulínia (Replan) e Refinaria Gabriel Passos (Regap). Para este ano, a estatal planeja concluir as obras na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. O objetivo é reduzir o enxofre dos combustíveis até 2009 em outras seis refinarias. Para despoluir a gasolina, foram reservados R$ 1,6 bilhão. Dez refinarias terão novas unidades de processamento do combustível para que o enxofre existente no derivado diminua de 1.000 partes por milhão para 50 ppms daqui a quatro anos.

A despoluição de combustíveis é o começo de um processo que pode levar décadas para ser completado, mas que já está no planejamento da estatal. A Petrobras não quer mais ser encarada como simples companhia de petróleo, mas de energia, como destacou recentemente o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. “Somos uma empresa de energia, em pleno processo de diversificação de portfólio.”

Para tanto, a Petrobras tem apostado em fontes de energia renovável. A meta é atingir, nos próximos cinco anos, 96 megawatts de capacidade de geração de eletricidade vinda de usinas eólicas, solares (fotovoltaicas e térmicas), de biomassa e outras, além da produção de 2,3 mil barris de biodiesel por dia.

Um dos projetos desenvolvidos é a usina eólica piloto de Macau (RN). Inaugurada em 2004, tem potência de 1,8 MW e abastece as operações da companhia na região. Outro exemplo é o sistema termo-solar usado para aquecer a água na Regap e na Recap, que será implantado nas demais refinarias.

Também está sendo instalado, no Cenpes, um sistema fotovoltaico com capacidade de 44 kW. Ao todo, a companhia produzirá 100 kW de energia com essa tecnologia, através de sistemas de baixa potência espalhados por diversas unidades.

Na área de biocombustíveis, a Petrobras está instalando usinas-piloto em Guamaré, que produzirão biodiesel tanto a partir do óleo quanto da semente de oleoginosas. Além disso, desde 2003, a companhia exporta etanol por seus dutos e terminais.

Além de apostar em fontes renováveis, a Petrobras também recicla. Reciclagens de asfalto, óleos lubrificantes usados e embalagens de óleos lubrificantes estão sendo reali-zadas junto aos clientes da petroleira. O lado mais carinhoso da empresa que perfura poços e extrai petróleo talvez esteja nos programas de preservação de espécies. São patrocinados projetos como o Tamar; o Baleia Jubarte; o Peixe-Boi e o projeto Mata Atlântica, todos na mesma linha de combate à extinção, além de ações compensatórias para pesca, atividade parcialmente abalada por trabalhos de sísmica.

Para evitar acidentes ecológicos, a Petrobras tem investido na segurança de seus dutos, que estão sendo revisados ou substituídos. Uma operação cara e de alta complexidade, que está sendo executada sem afetar o fornecimento normal de combustível. A maior parte dos dutos da empresa já está automatizada e com controle centralizado no Rio.

Na mesma linha de prevenção, foi lançado, em 2000, o programa Pégaso, que custou de R$ 8 bilhões desde então. Foram revistos os planos de contingência, criados novos mecanismos de gestão e reequipadas as unidades e seus sistemas visando dotar a empresa de padrões internacionais de excelência em segurança e proteção ambiental.

Como parte desse programa, foram instalados no País nove Centros de Defesa Ambiental, que funcionam como uma espécie de corpo de bombeiros contra vazamentos de óleo. Com profissionais treinados e de prontidão 24 horas por dia, esses centros estão equipados com barcos, balsas, recolhedores, agentes bioquímicos e milhares de metros de barreiras de absorção e contenção, formando o primeiro complexo de segurança ambiental da América do Sul. Tanto cuidado visa não repetir situações como a do vazamentos de óleo na Baía de Guanabara, um dos piores estragos já registrados no País.

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