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Petrobras fecha contrato para fornecimento de gás a siderúrgica do

A Petrobras assinou ontem o contrato para fornecimento de gás natural à Usina Siderúrgica do Ceará a partir de abril de 2008. O projeto, que tem como sócios a empresa sul-coreana Dongkuk Steel, a italiana Danieli e a Vale do Rio Doce, dependia da viabilização da oferta de gás para sair do papel. Quando estiver em fase de operação comercial, a partir de 2009, o consumo da usina será de 1,8 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia, durante 20 anos. A produção estimada da usina é de 1,5 milhão de toneladas de placas de aço por ano.

A construção da Usina Siderúrgica do Ceará exigirá investimentos da ordem de US$ 750 milhões. Deste total, 78% serão de origem estrangeira e US$ 110 milhões seriam obtidos com financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O banco ainda avalia o projeto, que tinha a oferta de gás como pré-requisito.

No discurso de assinatura, o presidente da Vale, Roger Agnelli, disse esperar que a MP do Bem seja aprovada até o fim do ano por conta do impacto tributário exigido num projeto desse porte. A participação da Vale na usina, segundo o diretor de Participações, Murilo Ferreira, é de 9% do capital. Ferreira estima que caso a MP do Bem não vá adiante, o aumento nos custos seja da ordem de US$ 40 milhões.

Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a usina receberá gás de um conjunto de gasodutos alimentados em diferentes pontos. “Estamos construindo uma malha nacional de gasodutos que vai ligar a malha Sudeste à malha Nordeste. Ela vai ser alimentada por produção no Nordeste, na Bahia, em Santos e na Bolívia, não dá para identificar a origem”, disse. O fornecimento de 1,8 milhão de metros cúbicos representa pouco mais de um terço da demanda da região.

Para abastecer a siderúrgica, a Petrobras vai construir o gasoduto Gasfor 2, com previsão de entrada em operação em julho de 2008. Ele vai ampliar a capacidade de transporte de gás natural de Guamaré (RN) para Pecém (CE). O gasoduto terá 293 quilômetros de extensão e integrará a Rede Básica de Transporte de Gás Natural da Petrobras. A estatal deverá investir US$ 1 bilhão até 2008 na ampliação da malha de gasodutos.

O gás natural transportado pelo Gasfor 2 também será usado em outros empreendimentos do Projeto Pecém. Além da instalação da siderúrgica, o projeto, que é uma iniciativa do governo do Ceará, prevê a transferência das bases de distribuidoras de derivados do porto de Mucuripe para a nova área industrial do Pecém.

A Petrobras vai investir US$ 51 milhões na construção do Terminal Marítimo do Pecém, que deve ficar pronto num prazo de 18 meses. O objetivo da unidade, que será operada pela Transpetro, é facilitar o escoamento da produção de derivados de petróleo, gás liquefeito de petróleo e álcool para a Petrobras Distribuidora e para demais empresas do setor. A capacidade total de estocagem será de 110 mil metros cúbicos de derivados, álcool e biodiesel e de 9.600 metros cúbicos de gás liquefeito de petróleo.

Além do terminal, a usina exigirá também a ampliação do porto de Pecém. O BNDES aprovou financiamento de R$ 150 milhões para o Estado do Ceará. Os recursos serão usados na construção do Píer 3, que passará a operar na movimentação de contêineres e de carga geral. O financiamento do banco equivale a 45,5% do total do projeto, orçado em R$ 329 milhões. O restante será feito com recursos do governo do Estado.

Segundo o BNDES, a construção do novo píer permitirá a movimentação de produtos como minério de ferro, chapas planas e bobinas de aço, entre outros. Com a ampliação, o Píer 1 poderá atender exclusivamente a Usina Siderúrgica do Ceará.

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