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Petrobras considera abrir mão de controle da BR Distribuidora, dizem fontes

A Petrobras considera vender o controle da sua subsidiária de combustíveis BR Distribuidora, depois de não conseguir garantir lances por uma participação minoritária na companhia, afirmaram nesta sexta-feira duas fontes com conhecimento direto dos planos.

Uma mudança na estratégia passou a ser analisada depois que três dos quatro concorrentes que entregaram propostas preliminares para a participação na BR Distribuidora pediram por direitos de gestão ou uma fatia maior do capital votante na unidade, disse a primeira fonte, que pediu anonimato.

Cerca de 30 empresas haviam inicialmente demonstrado interesse no negócio, disseram ambas as fontes. Nenhuma das propostas inclui um preço pela unidade, acrescentaram as fontes.

A BR Distribuidora, que controla a maior rede de postos de combustíveis do país, foi avaliada no ano passado em cerca de 10 bilhões de dólares por analistas do UBS Securities.

O montante representa boa parte da meta de desinvestimento da companhia para este ano, de mais de 14 bilhões de dólares, parte de um plano para reduzir a dívida da empresa, que tem sido fortemente afetada pela queda dos preços do petróleo e por investigações de corrupção pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Preocupações sobre os padrões de governança corporativa da Petrobras, evidenciadas pelas investigações, têm deixado os interessados cautelosos quanto à compra de fatias minoritárias em ativos da companhia colocados à venda, disseram profissionais de bancos de investimentos.

Em novembro, a Petrobras desistiu de uma oferta pública de ações da BR Distribuidora, citando condições desafiadoras do mercado.

Os quatro interessados na subsidiária incluem a canadense Brookfield Asset Management e as empresas de private equity GP Investiments e Advent International, disse uma das fontes.

Apenas um proponente manifestou interesse em uma fatia minoritária da BR, disse a mesma fonte, sem citar nomes.

A venda de uma fatia majoritária ajudaria a Petrobras a atrair mais interessados, aumentando o valor da subsidiária por meio de um processo mais competitivo, além de evitar outra tentativa frustrada de venda, disseram as fontes.

O Conselho de Administração da Petrobras e seus advogados estão analisando o assunto, uma vez que uma eventual venda do controle da empresa poderia ser vista como uma privatização, segundo as fontes.

Procurada, a Petrobras não comentou imediatamente a informação. GP Investiments e Brookfield também não responderam imediatamente, enquanto a Advent preferiu não comentar.

NECESSIDADE DE CAIXA

Cerca de 5 bilhões de dólares em vendas de ativos até o final do ano devem ser o suficiente para que a Petrobras arque com as necessidades de investimento e pagamento de dívidas que vencem neste ano, disse uma das fontes, uma vez que o empréstimo de até 10 bilhões de dólares obtido pela companhia na China ajudou a reduzir a necessidade de recursos.

Algumas das empresas que inicialmente mostraram interesse na BR Distribuidora incluem o Grupo Pão de Açúcar, maior varejista do país, e Ultrapar Participações, um dos maiores e mais diversificados grupos industriais do país, segundo as fontes.

Representantes do Citigroup, consultor da Petrobras no negócio, disseram aos interessados que a fatia a ser vendida envolveria entre 25 e 40 por cento, disseram as fontes.

Citigroup e Pão de Açúcar não puderam comentar imediatamente, enquanto a Ultrapar preferiu não comentar.

Fonte: (Reuters)

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