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Petrobrás busca novo sócio para alcoolduto

A PMCC Projetos de Transporte de Álcool S/A procura um sócio que seja produtor de etanol. A empresa, criada pela Petrobrás em parceria com a Mitsui e a Camargo Corrêa, vai construir um alcoolduto ligando o interior do Centro-Oeste ao litoral do Sudeste. O projeto está avaliado em US$ 3 bilhões, com um ousado sistema logístico multimodal.

O alcooduto terá mais de mil quilômetros de dutos, tanques e centros de coleta vinculados às redes hidroviária e rodoviária e prevê transportar 23 bilhões de litros em 2020. “Neste momento, a estimativa é de que a produção própria (dos sócios) não chegará a 15% deste volume no período. Precisamos de volume para amortizar os investimentos do sistema e isto pode ser solucionado se tivermos um sócio do setor produtivo que nos garanta o fornecimento”, afirmou, em entrevista à Agência Estado, o diretor presidente da PMCC, Alberto Guimarães.

Diferentemente de outros projetos de dutos, como o Uniduto, que é formado por um consórcio de usinas, e o CentroSul, projeto original da Brenco que está sendo reavaliado pela ETH Bioenergia (que absorveu os ativos da Brenco), a PMCC não tem um grande volume de oferta de etanol próprio para transportar. A participação da Petrobrás neste setor ainda é pequena e, embora exista a expectativa de investimentos significativos da petrolífera no segmento, muito pouco foi realizado até este momento.

Segundo Guimarães, existem vários interessados em se associar à PMCC e que não são necessariamente do setor produtivo. “Estamos conversando até com investidores financeiros”, disse. Ele afirma que algumas conversas estão mais adiantadas, mas nada existe de concreto neste momento. Atualmente, Petrobrás, Mitsui e Camargo Corrêa têm, cada uma, um terço de participação na PMCC.

Sinergias. O executivo acredita que em regiões onde o traçado dos vários projetos de dutos é o mesmo, apenas um alcoolduto deverá ser construído. “Não acredito que veremos dutos paralelos. Nesses trechos deverá haver sinergia entre as empresas. É mais racional.” Ele disse, no entanto, que não há negociações neste sentido com a Uniduto ou com a ETH.

A expectativa da PMCC é de que a primeira fase do alcoolduto entre em operação no terceiro trimestre de 2011. “É um projeto logístico integrado de grandes proporções que entrará em operação gradualmente”, afirmou o executivo. O projeto integral prevê a construção de dutos entre Senador Canedo, no interior de Goiás, e Paulínia, no interior de São Paulo, passando por Itumbiara (GO), Uberaba (MG) e Ribeirão Preto (SP). Nessas cidades, existirão centros de coletas.

A partir de Paulínia, onde está localizada a refinaria da Petrobrás, um duto partirá em direção à cidade de São Paulo e dali para São Sebastião, no litoral paulista. Outro duto seguirá em direção ao Rio de Janeiro. E um terceiro duto vai até ao município de Anhembi, às margens do Rio Tietê. Neste ponto, está prevista uma conexão com a rede hidroviária do oeste paulista e de Mato Grosso do Sul.

O trecho entre Paulínia e Rio de Janeiro já está fisicamente pronto. “Utilizaremos um duto já existente conhecido como OsRio. Foi originalmente construído para transportar outros combustíveis e a Petrobrás assumiu o compromisso de ceder este trecho para a PMCC, o que deve acontecer em breve.”

A expectativa é de que, em 2020, o duto esteja transportando perto de 23 bilhões de litros. Desse total, 10 bilhões de litros devem ficar na região da Grande São Paulo, e outros 13 bilhões de litros seguirão para os portos no litoral paulista e fluminense, para serem exportados ou para cabotagem.

O duto entre Paulínia e Anhembi – bem como suas ligações com o Rio Tietê e outros rios da região que fazem parte da hidrovia Tietê-Paraná – deve ficar pronto até 2013. “Um ponto importante de nosso projeto logístico passa pela captação de etanol através da rede hidroviária”, informou o executivo.

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