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Petrobras acerta acordo com Japão

Em mais um passo na iniciativa do governo japonês de introduzir o álcool combustível na matriz energética daquele país, a Petrobras Internacional (Braspetro) e a trading Nippon Alcohol Hanbai assinaram ontem um contrato para criação de uma companhia, fruto de uma “joint venture” entre as duas estatais. A Brazil Japan Ethanol, que em japonês se chamará Nippaku Ethanol K.K., conta com 50% de participação de cada sócio.

A empresa vai se tornar operacional em poucos meses e o objetivo é começar a importar álcool do Brasil a partir de 2008. Antes disso, será feita a primeira importação, de 20 milhões de litros de álcool, para início dos testes com automóveis naquele país em, no máximo, um ano e meio.

“Entendo que devemos mostrar para todos que essa é uma empresa viável”, disse o presidente da Nippon Alcohol Hanbai, Jiro Amagai. A Petrobras estima que poderá exportar 1,8 bilhão de litros de álcool por ano para o Japão, como explicou o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. Atualmente, a produção brasileira de álcool é de 16 bilhões de litros, dos quais 2,5 bilhões são exportados. Costa frisou que o Brasil terá que ampliar “muito” a área plantada com cana e construir novas usinas para aumentar as exportações do produto sem desabastecer o mercado interno.

A legislação japonesa permite a mistura de 3% de álcool à gasolina, mas Amagai disse que ainda serão feitos testes em automóveis e que ele, particularmente, é favorável ao processo de mistura direta do álcool à gasolina. “Atualmente estamos fazendo experiências com os automóveis e eles não sofreram alteração [no motor]. Penso que se vamos usar esse combustível por mais tempo, é preciso mais análises.”

O atual consumo de gasolina no Japão [sem contar outros combustíveis] é de 60 bilhões de litros por ano, enquanto o Brasil consome 17,5 bilhões de litros de gasolina A. A esse volume se adiciona 25% de álcool, o que resulta na gasolina C vendida nos postos, cujo consumo anual é de cerca de 22 bilhões de litros.

Segundo o executivo japonês, ainda não existem projeções sobre o percentual de álcool que pode ser misturado inicialmente na frota japonesa. Mas ele ressaltou a importância do acordo com a estatal brasileira. “Não só a Ásia, mas outros países do mundo precisam dessa tecnologia e para nós é importante que a Petrobras tenha escolhido o Japão. Vamos trabalhar para conseguir aumentar enormemente esse volume inicial. Minha intenção é cuidar de forma zelosa do mercado, que vai começar do zero, de modo que ele cresça e se torne adulto”, disse Amagai.

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