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Pesquisadores acreditam que Lisboa recebeu, em 1521, a primeira exportação de açúcar produzido num engenho de Pernambuco

A cana-de-açúcar permeia a história nacional e tudo indica dará uma destacada contribuição ao desenvolvimento do País no século XXI, na produção do açúcar e do álcool combustível.

A planta é originária da Nova Guiné e foi levada para o sul da África, expandindo-se pelo Oriente, onde era utilizada na forma de xarope.

Às invasões árabes deve-se a propagação da cultura canavieira no norte da África e sul da Europa, onde as tentativas de produzir em grande escala nunca conseguiram êxito. Com efeito, trata-se de uma planta típica de regiões tropicais ou semitropicais.

O clima quente e úmido da América Central e do Sul mostrou-se extremamente favorável ao cultivo da cana-de-açúcar e fartas colheitas permitiram às colônias portuguesas, espanholas, franceses e ingleses, produzir açúcar em quantidade suficiente para atender à demanda da Europa, durante os séculos XVI a XIX.

Seriam os espanhóis os primeiros na produção do açúcar no Novo Mundo. Embora não seja fato comprovado, Colombo, na sua segunda viagem, em 1493, teria desembarcado as primeiras mudas em São Domingos e logo a cultura propagar-se-ia por Cuba e outras ilhas caribenhas e, mais tarde, para a América Central e do Sul. Acredita-se, ainda, que o primeiro engenho das Américas tenha sido instalado no Havaí, já na primeira década de 1500.

Portugal não esperou muito para trilhar o mesmo caminho. Num alvará datado de 1516, o rei dom Manuel ordenava à Casa da Índia, empresa criada para cuidar dos negócios ultramarinos da Coroa, que procurasse uma pessoa “pratica e capaz de dar princípio a um engenho de açúcar no Brasil”.

Os resultados não demoraram. Pesquisadores acreditam que Lisboa recebeu, em 1521, a primeira exportação de açúcar produzido num engenho de Pernambuco.

A história dos primórdios da cana-de-açúcar no Brasil é pouco documentada. Há indícios que as primeiras mudas tenham chegado à região sudeste, em 1532, trazidas pelo donatário Martim Afonso de Souza, que fundou um engenho na Vila de São Vicente, no litoral paulista.

Na primeira metade do século XIV, os engenhos se espalhavam de Olinda, em Pernambuco, até o norte do atual Estado do Rio de Janeiro.

Eram instalações dotadas de moendas primitivas e fornalhas de fogo direto. Contudo, mesmo assim, em 1560 produziram o suficiente para garantir aos colonizadores portugueses um papel relevante no concorrido mercado europeu do açúcar.

Muito do que se sabe dos engenhos da época, devemos aos viajantes europeus, que percorriam as colônias fazendo anotações e desenhando cenas do quotidiano.

Estima-se que, somente no século XVII, as exportações da agroindústria canavieira do Brasil tenha gerado um faturamento em torno de 200 milhões de libras esterlinas, superando a própria mineração do ouro.

A cultura canavieira no Brasil apresenta características distantes de uma região para outra e até de um Estado para outro. No Centro-Sul, exibe um alto nível tecnológico do plantio ao carregamento, com altos rendimentos. A região Norte-Nordeste, em razão dos problemas climáticos e terrenos inadequados à mecanização da lavoura registra produtividade mais baixa. Entretanto, apesar das diferenças entre as regiões, o Brasil apresenta o custo de produção de cana, açúcar e álcool mais baixos do mundo.

Ademais, nos últimos anos, a indústria sucroalcooleira é a que mais tem investido no seu desenvolvimento cientifico e tecnológico, com recursos próprios e moeda nacional.

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